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sábado, 9 de maio de 2015

"Lula viveu com culpa no 'Mensalão ' ... / ... Na biografia de Mujica

Lula viveu com culpa o 'mensalão', revela Mujica em biografia



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O ex-presidente do Uruguai, José Mujica, é visto ao lado doex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, durante cerimônia por ocasião do aniversário do PT, em Belo Horizonte, em 6 de fevereiro de 2015
© Fornecido por AFP O ex-presidente do Uruguai, José Mujica, é visto ao lado doex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, durante cerimônia por ocasião do aniversário do PT, em Belo Horizonte, em 6 de fevereiro de 2015



O ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva "não é um corrupto" e viveu o escândalo do "mensalão" com "angústia e alguma culpa", revelou o ex-presidente do Uruguai, José Mujica, na biografia autorizada "Una oveja negra al poder" (Uma ovelha negra no poder, em tradução livre).
Trechos do livro dos jornalistas uruguaios Andrés Danza e Ernesto Tulbovitz, publicado recentemente na Argentina, e que será apresentado nesta sexta-feira em Montevidéu, foram divulgados pela imprensa.
De acordo com a biografia, Lula teria contado a Mujica no início de 2010, numa reunião em Brasília, que tinha que "lidar com muitas coisas imorais, chantagens" e que "esta era a única maneira de governar o Brasil".
Lula sempre negou ter qualquer informação sobre o escândalo que comprometeu grande parte da estrutura política do Partido dos Trabalhadores e do aparato governamental.
Em 2005, quando os detalhes do esquema de pagamentos mensais para comprar apoio político começaram a aparecer na imprensa, um indignado Lula disse se sentir traído pelas práticas inaceitáveis das quais não tinha conhecimento.
"Lula não é corrupto como foi (o ex-presidente Fernando) Collor de Mello e outros presidentes brasileiros", refletiu Mujica, de acordo com a biografia.
A AFP tentou sem sucesso entrar em contato com Mujica.
Andrés Danza, um dos autores, afirmou à AFP que boa parte do livro se debruça em reflexões sobre o Brasil. "Mujica vê Dilma (Rousseff) e Lula como uma espécie de padrinhos, os dois lhe ajudaram muito. Sobre Dilma diz que sempre esteve a serviço do Uruguai, que é mais executiva do que Lula, mas que tem menos carisma".
A biografia também traz comentários sobre o ex-presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que teria revelado a Mujica que durante um desentendimento com a Colômbia o presidente russo, Vladimir Putin, aconselhou-o militarmente para um eventual confronto com o país vizinho.
E ainda fala sobre o apoio da presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, a Mujica durante as eleições de 2009.
Nas linhas do livro, também abundam críticas a membros do seu partido, ao Poder Judiciário, a organizações sociais e grupos feministas, e mesmo ao ex-vice-presidente Danilo Astori, que é descrito por Mujica como um homem sem carisma e "sex appeal".
O ex-presente admitiu aos jornalistas outras curiosidades como, sendo presidente, andava armado quando saia sozinho. "Podem me limpar, mas com certeza levo algum junto", disse Mujica.
Os autores observam que Mujica teria informações de um suposto complô para derrubá-lo desde os primeiros anos de sua administração, e que, "para evitar um golpe de Estado, depôs ministros e líderes de todos os escalões, promoveu leis controversas, assumiu o protagonismo em conflitos internacionais, recebeu refugiados sírios, aceitou abrigar ex-prisioneiros de Guantánamo (...) tudo feitos para não deixar nenhuma dúvida de quem era o presidente".
Danza comentou que depois de ler a biografia, Mujica disse que concordava com algumas coisas e discordava de outras. "Ele provavelmente não queria que algumas coisas fossem escritas. Uma coisa sobre ele é que ele é verdadeiro, fala o que pensa, e isso às vezes trabalha a favor e outras contra...

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Fogueira de vaidades...! "Terá valido a pena?" / Zuenir Ventura

Enviado por Ricardo Noblat - 
6.11.2013
 | 16h16m
GERAL

Terá valido a pena?, por Zuenir Ventura

Zuenir Ventura, O Globo
Fui cobrado por ter escrito há 15 dias que a polêmica sobre as biografias “já deu o que tinha que dar” e que ninguém mais iria convencer ninguém que já não estivesse convencido. Como, parodiando Machado de Assis, “sofro de tédio à controvérsia”, quando elas viram bate-boca, propunha que se aguardasse então a decisão da Justiça.
Estava enganado, as discussões continuaram e ficaram ainda mais acirradas. Esqueci que no Brasil polêmica acaba em polêmica, isto é, não acaba, uma dá início a outra, como agora, com a aparente mudança de posição do Procure Saber e o real racha entre seus integrantes.
A novidade é a transferência das divergências para o âmbito dos próprios membros do grupo, a julgar pelo que tem vazado para a imprensa. Zózimo Barroso do Amaral noticiaria assim: “Não convidem para a mesma mesa Roberto Carlos e Caetano Veloso”.
Essa parceria foi responsável por um dos momentos mais emocionantes da música brasileira, quando o Rei foi visitar Caetano no exílio de Londres, em 1970, e de lá saiu com inspiração para a bela canção-homenagem “Debaixo dos caracóis dos seus cabelos”.

                                                         Caetano Veloso e Roberto Carlos

Porém, em termos de ação política conjunta, é difícil a dupla ter futuro. De um lado, o Rei, um moita, cheio de segredos, mistérios e cismas. De outro, Caetano, transparente, franco, expansivo, exibido e sem papas na língua.
O desacordo interno surgiu com a destituição de Paula Lavigne como porta-voz do grupo e sua substituição por um hábil advogado da confiança de Roberto, junto com um “gerenciador de crises” para orientar o “vídeo do recuo”.
A partir de uma experiência pessoal, acho que foi uma injustiça. A culpa pelo ruído entre os dois e pela desunião da turma não deve ser atribuída a Paula, que, apesar da fama, é mais conciliadora do que briguenta (peço licença para uma revelação: Caetano ficou 15 anos sem falar comigo por causa do “1968”. Um dia, ela pegou os dois pelas mãos, disse “Vamos deixar de viadagem” e jogou um nos braços do outro).
Discute-se agora para descobrir se a nova posição do Procure Saber é uma disfarçada confissão de derrota, um recuo estratégico em face da desaprovação da sociedade (também a Academia Brasileira de Letras decidiu apoiar no STF a ação dos editores de livros) ou se, como advertiu Merval Pereira, é uma proposta mais perigosa do que a anterior porque contém um maquiavélico “efeito colateral”, capaz de amordaçar por extensão a imprensa.
Rompendo um demorado silêncio, Roberto Carlos criticou publicamente a “posição mais radical” adotada até então. Poderia então, já que se mostra menos radical, aceitar a sugestão do editor Roberto Feith e retirar a proibição ao livro sobre ele. O que pensam os colegas sobre o discurso do novo porta-voz?
Até agora, essa aliança de artistas deixou como saldo imagens arranhadas e relações estremecidas, sem falar no estigma de ter trazido à cena o fantasma da censura prévia. Terá valido a pena tanto desgaste, inclusive para as biografias dos envolvidos? O objetivo não era preservá-las?

Zuenir Ventura é jornalista.


terça-feira, 25 de outubro de 2011