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segunda-feira, 13 de novembro de 2017

A Desigualdade é companheira assídua do Brasil

Uma terra de extrema desigualdade http://flip.it/QnKGsr
ECONOMIA

Uma terra de extrema desigualdade

O Brasil já era dos países mais desiguais do mundo antes da crise – e os efeitos desse período ainda vão aparecer. Enfrentaremos o problema?

LUÍS LIMA, COM MARCOS CORONATO
13/11/2017 - 08h00 - Atualizado 13/11/2017 11h35
Uma terra de extrema desigualdade (Foto: Revista ÉPOCA)
Mimetizada na Vila Mariana, bairro nobre da cidade de São Paulo, a comunidade Mário Cardim é invisível a olhos desatentos. Com cerca de 400 famílias reunidas num espaço de 7.000 metros quadrados, menor que uma quadra, o lugar onde funcionava uma fábrica de velas e que hoje pertence ao INSS agrupa casas simples. Mas faz fronteira com prédios residenciais suntuosos, a metros de distância. “Aqui temos acesso aos serviços básicos – água, esgoto, energia, além de internet e televisão”, diz Cícera Vieira, que vive na comunidade e preside a associação de moradores Mãos Unidas. O comerciante Júlio César, dono de um restaurante onde se pode almoçar por R$ 13, com café, vê muita vantagem em usufruir da infraestrutura da Vila Mariana, incluindo hospitais e transporte público. Além dos serviços, vizinhos pobres e ricos desfrutam também de relativa segurança na área. Mas a igualdade termina por aí. “Temos noção de que vivemos colados a pessoas muito mais ricas”, diz Cícera.
O preço dos apartamentos na Vila Mariana chega facilmente à casa dos milhões. No edifício Costa do Marfim, na Rua Rio Grande, quase esquina com a rua principal da favela, um apartamento de 50 metros quadrados custa R$ 450 mil. Na comunidade, um imóvel de área similar pode sair por menos de R$ 70 mil. A área foi ocupada irregularmente a partir de 1972. Júlio César, morador da área há 30 anos, após perder o emprego em um supermercado, abriu seu próprio comércio. Vários de seus vizinhos seguem esse caminho.
Eles sentem o impacto direto da crise econômica que eliminou empregos a partir de 2014. Embora atenuado nos últimos meses, esse ciclo uniu queda de renda e alta da inflação. Ainda não se conhece plenamente o estrago que causou. Mas estima-se que, até o fim deste ano, o número de pessoas vivendo na miséria no Brasil crescerá de 2,5 milhões a 3,6 milhões, segundo o Banco Mundial. O número de brasileiros vivendo abaixo da linha da pobreza passou dos 16 milhões, em 2014, para cerca de 22 milhões neste ano, de acordo com o Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas (FGV Social). Em momentos assim, o Brasil depara com outra chaga, diferente da pobreza: a desigualdade. Os mais ricos se protegem melhor da crise, que empurra para baixo a parcela da população já empobrecida. Por isso o FGV Social alerta sobre um aumento relevante da desigualdade no país. Ela já subiu no ano passado, na medição que usa um índice chamado Gini. Foi a primeira vez que isso ocorreu em 22 anos. Trata-se de um fenômeno especialmente ruim num país em que a desigualdade supera a normalmente encontrada em democracias capitalistas [leia o mapa abaixo]. Para piorar, descobrimos recentemente que subestimávamos o problema.
  • ade era organizada só com o Índice de Gini, baseado na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) – o que os cidadãos dizem aos pesquisadores do IBGE, quando os recebem em suas casas. Por esse método, ficavam fora do quadro os rendimentos que principalmente os mais ricos conseguem de outras fontes, que não o salário – a renda do capital, oriunda de ativos como aplicações financeiras, participação em empresas e propriedade de imóveis. Isso mudou quando a Receita Federal publicou números do Imposto de Renda (IR) de pessoa física de 2007 em diante. Os números mais recentes, referentes a 2015, foram abertos em julho deste ano. Eles evidenciam que a concentração de renda no topo da pirâmide social brasileira é muito maior do que se pensava. A análise restrita às entrevistas domiciliares indicava que o 1% mais rico de brasileiros concentrava 11% da renda. Com os dados do IR e do Produto Interno Bruto (PIB), essa fatia saltou para 28%. “A desigualdade na renda do trabalho caiu mesmo quando usamos os dados do Imposto de Renda. Foram os ganhos de capital [como lucros e dividendos] que limitaram a queda da desigualdade geral”, explica Marcelo Medeiros, economista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Desigualdade não é, em si, um problema. Ela se confunde com a própria essência do capitalismo, da livre-iniciativa econômica e do triunfo do mérito pessoal. Thomas Piketty, economista francês que se tornou o nome mais célebre a alertar sobre o tema nos últimos anos, afirmou a ÉPOCA, em 2014, que “algum nível de desigualdade é desejável”. Complicando o problema, medir desigualdade é uma tarefa difícil. Recentemente, porém, surgiu uma linhagem sólida de estudos apontando que a desigualdade excessiva prejudica sociedades. O grupo de autores que passaram a abordar o tema inclui os economistas Tony Atkinson (um pioneiro na área, que lecionou nas universidades de Cambridge e Oxford e trabalhou no Banco Mundial), Joseph Stiglitz (ganhador do Prêmio Nobel em 2001), o próprio Piketty (que publicou seu livro mais influente em 2013) e Angus Deaton (ganhador do Prêmio Nobel em 2015). Uniram-se a essas vozes de advertência instituições com credenciais capitalistas inquestionáveis. O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou em outubro que desigualdade alta prejudica a coesão social, conduz à polarização política e pode reduzir o crescimento econômico. A desigualdade foi também adotada neste ano como principal tema do Fórum Econômico Mundial. Efeitos da concentração de renda vêm sendo estudados em diversas áreas.

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

"Você é sócio do caixa três" // Guilherme Fiuza

Você é sócio do caixa três

Depois de abarrotar o caixa eleitoral, as virgens de Lula decidiram proibir a doação das empresas

GUILHERME FIUZA
25/08/2017 - 17h06 - Atualizado 25/08/2017 17h25
O Brasil não falha: a ideia de criar um fundo público (seu dinheiro) para bancar campanhas eleitorais surge no momento em que João Santana (alguém se lembra dele?) pede à Justiça para desbloquear seus bens, porque está sem grana. Deu para entender? O marqueteiro-laranja do maior assalto da história da República está esquecido na prisão, tentando reaver sua fortuna, enquanto o país discute a oferenda de mais R$ 3,6 bilhões para engordar novos marqueteiros eleitorais.

Como isso é possível? Simples: dê uma olhada pela janela de seu computador e veja o Brasil, ao vivo, inflamado em seu despertar cívico, discutindo se o fundo público de financiamento eleitoral é de esquerda ou de direita. Se não for exatamente isso, é algo nessa linha, em geral um pouco mais tolo e surrealista. Se você fosse o João Santana, você faria o mesmo: “Deixa eu aproveitar o recreio intelectual dos idiotas que estão discutindo a ideologia de Adolf Hitler e salvar minha pele”.
Vamos interromper o recreio um minutinho, com todo o respeito à frivolidade geral, para uma lembrança saborosa: essa facada nas costas do contribuinte (você) nasceu – não ria – de um surto ético do PT. Naturalmente um surto ético de mentira, como tudo que provém das almas mais honestas do prostíbulo.
A situação era a seguinte: a Operação Lava Jato fervia, em plena revelação da máfia montada por Lula e Dilma com as maiores empreiteiras do país para roubar a Petrobras e a economia popular, quando o Partido dos Trabalhadores resolve dar seu grito contra o abuso do poder econômico perpetrado pelo capitalismo selvagem. Traduzindo para o português: depois de usar as empresas para abarrotar criminosamente seu caixa eleitoral, as virgens de Lula resolvem proibir a doação eleitoral de empresas – em nome da ética.
Não ficou clara a tradução? Vamos tentar de outra forma: o PT roubou você com o petrolão e vai te roubar de novo com o Orçamento da União. Se ainda não deu para entender, pelo menos rimou.
Podemos continuar essa conversa triste. Mas prometa que você não vai querer discutir se a proibição hipócrita das doações de empresas é de direita ou de esquerda. Hipocrisia não tem ideologia. Rimou de novo – rima pobre, como o espírito de um país que ama polemizar sobre o que não presta. É claro que o poder econômico sempre influenciará eleições – assim como o poder político, o poder cultural, o poder acadêmico, o poder familiar, o poder espiritual etc. Uma estrela de televisão que apoia um candidato está influenciando poderosamente o jogo eleitoral com o capital de sua fama. Não existe capital mais poderoso – e concentrado. Que tal proibi-lo? Nova lei: em ano eleitoral, artista famoso não pode abrir o bico sobre política.
Se você pode fiscalizar a promiscuidade entre artistas e políticos, pode fazer a mesma coisa sobre cartas marcadas entre empresas e partidos. Pode regular limite de gasto, tipo de contrato e condutas em geral – até onde você achar que deve, para controlar o tráfico de influência. Mas isso dá trabalho, então é melhor aderir à demagogia anticapitalista do maior ladrão da República.
Esse proselitismo malandro, supostamente progressista, tem entre seus arautos os heróis carnavalescos de sempre – vários dos quais de toga. Desse Supremo Tribunal Federal que tentou melar o impeachment de Dilma na mão grande, o mesmo que abençoou a tramoia de Janot com Joesley, só se ouvem tiradas espertas em busca de manchetes – tipo o “quero mudar o Brasil, não me mudar do Brasil” de Cármen Lúcia, frase matadora para bolo de aniversário. Sobre a garfada obscena de R$ 3,6 bilhões com a bênção do STF (o companheiro Barroso não falha), nenhuma tirada estilística.
Queridos legalistas ornamentais, onde está a investigação das operações bilionárias do BNDES com o caubói biônico, maior corruptor confesso do sistema político brasileiro, sob a regência do PT? A omissão geral sobre esse esquema pornográfico, protegido pelas flechas de bambu do procurador companheiro, é de esquerda ou de direita?
Até o procurador Deltan, expoente da Lava Jato, resolveu aderir à coqueluche ideológica do jardim de infância. Afinal, o oportunismo é de esquerda ou de direita?
Com a palavra, as viúvas de Adolfo.

terça-feira, 16 de agosto de 2016

Sempre as mesmas notícias...Não é porque o juiz Sergio Moro seja bom em investigações... É que o PT é muito ruim em governança!




Delação de Benedito de Oliveira é ponto de partida de nova fase da Acrônimo


Amigo de governador mineiro, o empresário citou favorecimento de Pimentel à construtora paulista

FELIPE COUTINHO
16/08/2016 - 10h23 - Atualizado 16/08/2016 11h51
Benedito Oliveira, amigo de Carolina Oliveira e Fernando Pimentel  (Foto: Reprodução)
A nova fase da Operação Acrônimo, deflagrada na manhã desta terça-feira (16) em São Paulo e em Belo Horizonte, teve como ponto de partida a delação premiada do empresário Benedito de Oliveira, o Bené, firmada com o Ministério Público Federal. Ele afirmou que o governador mineiro, Fernando Pimentel, de quem é muito próximo, fez lobby pela construtora JHSF para que conseguisse instalar um aeroporto no interior de São Paulo.

A Polícia Federal deverá realizar outras diligências com base em informações de Bené, que está em prisão domiciliar.

>> Em delação, Bené se compromete a ficar longe de "atividades criminosas"

>> PF prende operador Bené, ligado ao governador Fernando Pimentel

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Uma solução para a EBC ... / Eugênio Bucci

ÊNIO BUCCI

Do jeito que está, a EBC é pesada, perdulária, morosa e acomodou-se ao proselitismo governista

EUGÊNIO BUCCI
02/08/2016 - 09h00 - Atualizado 02/08/2016 11h12
A EBC é a Empresa Brasil de Comunicação, uma estatal vinculada à Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República. Nela trabalham cerca de 2.500 funcionários e, só em 2016, deverá custar aos cofres públicos algo em torno de R$ 550 milhões.
Como o nome já anuncia, a EBC faz e veicula programas de rádio e televisão, além de difundir notícias na internet. É ela que produz, por exemplo, o horário do Poder Executivo da Voz do Brasil (entre 19 horas e 19h20), o mais antigo, mais retransmitido (a retransmissão é obrigatória por lei) e menos escutado programa de rádio do Brasil. São dela a TV Brasil e algumas emissoras de rádio, como as históricas Rádio MEC e Rádio Nacional do Rio de Janeiro, além da Agência Brasil.

Agora, a EBC foi jurada de morte. Como, além de não dar lucro, também não dá audiência, está na mira do governo interino de Michel Temer. Ou vai virar uma agência governamental de porte modesto ou vai sair de cena. O mais provável é que venha por aí uma combinação das duas alternativas.
Será uma pena. Os assessores de Michel Temer têm razão em metade do diagnóstico: do jeito que está, a EBC é uma estrutura grande demais para benefício público quase nenhum. É pesada, perdulária, morosa e, ao longo do tempo, acomodou-se à função de propagar proselitismo governista. Disso que aí está, realmente, a sociedade brasileira não precisa.

Na outra metade do diagnóstico, estão completamente errados. Eles não se deram conta de que a democracia brasileira precisa de um sistema de comunicação não comercial bem estruturado – e independente, tanto do governo como do mercado. Nisso não vai nenhuma originalidade. Os Estados Unidos e os mais influentes países europeus contam com sistemas desse tipo há várias décadas.

Nos Estados Unidos, as rádios públicas se associam à NPR (a National Public Radio), um complexo que rende boa audiência com programas de qualidade jornalística reconhecida mundialmente. Em televisão, os americanos contam com as emissoras do PBS (Public Broadcasting Service), de excelência provada e comprovada. França, Alemanha, Canadá, Espanha, Portugal, Reino Unido, Canadá e Portugal, entre outros países, dispõem de modelos equivalentes, todos públicos e todos independentes do governo e dos anunciantes.
O Brasil ficou para trás nesse quesito. Agora surge uma oportunidade rara de sanar o atraso. Essa oportunidade consiste em transformar o complexo da EBC num polo verdadeiramente público, e não mais estatal-governamental, para criar no país um embrião nacional de um sistema que não seja contaminado pelo proselitismo governista, pela propaganda religiosa (que virou uma praga na televisão e no rádio do Brasil) e pela publicidade comercial.

A EBC tem potencial para isso. Ela não é um mal em si. O mal que existe dentro dela é o governismo, que gerou ineficiência, corporativismo e baixa audiência. Com sua natureza jurídica de empresa pública federal, é comandada por um Conselho de Administração cujos integrantes, em sua quase totalidade, são diretamente nomeados pela Presidência da República e pelos principais ministérios. O Conselho de Administração é quem dá as cartas. O diretor-presidente também é nomeado pela Presidência. O fato de ele ter um mandato legal de quatro anos (pela lei, não pode ser demitido antes disso) dá a impressão que é independente, mas não é. O Conselho de Administração pode sufocá-lo no dia a dia e o governo de turno, se quiser, pode propor medidas no Congresso e no Supremo Tribunal Federal para afastá-lo ou para neutralizá-lo. É o que o governo Temer vem fazendo com o atual presidente da EBC,Ricardo Melo, que foi nomeado nos estertores do governo Dilma.

Essa pendenga é tola e vã. Nem o mandato do diretor-presidente garante autonomia à EBC (pois quem controla de fato a empresa é o Conselho de Administração, totalmente atrelado ao Poder Executivo), nem sua destituição tornará a EBC menos governista. Trocar o presidente não mudará a natureza da instituição, apenas trocará um governismo por outro.
Se quisesse aposentar o velho padrão e acabar com o aparelhismo, Temer deveria não fechar, mas mudar a EBC em dois aspectos centrais. Primeiro, deveria transformá-la numa fundação, que seria comandada por um Conselho com representantes da sociedade (não mais do governo). Depois, deveria desvinculá-la da Presidência da República e ligá-la ao Ministério da Cultura, mas sem subordinação ao ministro.

quinta-feira, 21 de julho de 2016

"Prendam esse boneco" / Guilherme Fiuza


Estamos diante de mais uma tentativa de golpe contra os companheiros. 
Como sofre essa elite vermelha!

GUILHERME FIUZA
21/07/2016 - 10h22 - Atualizado 21/07/2016 10h23


O boneco inflável de Ricardo Lewandowski é o mais novo investigado pelo Supremo Tribunal Federal. O presidente da Corte máxima pediu à Polícia Federal que aja contra essa “grave ameaça à ordem pública e inaceitável atentado à credibilidade” do Judiciário. Ou seja: estamos diante de mais uma tentativa de golpe contra os companheiros. Como sofre essa elite vermelha!
Se o atentado é inaceitável, a coisa deve ser grave mesmo. Por curiosidade: o que seriam atentados aceitáveis? Tráfico de influência no STF, por exemplo, seria um atentado aceitável? Aparentemente, sim. Senão, a tropa de choque petista que há anos corta um dobrado no Supremo para defender Lula e Dilma no mensalão e no petrolão já estaria em maus lençóis.
Mas estão todos muito bem, obrigado, sob suas togas. Tanto que Sergio Moro, esse terrorista a serviço da elite branca, foi instado a prestar informações sobre os grampos de Lula. Adivinhe por quem? Acertou: por Lewandowski, o ministro inflável.
A relação de afilhados inflados pelo filho do Brasil é extensa – e não param de aparecer novos felizardos. A Lava Jato está investigando o ex-garçom inflável que hoje anda de Porsche e detém empresas como a gráfica Focal, que recebeu R$ 24 milhões da campanha de Dilma, no amor. Veja como pode ser proveitoso passar com uma bandeja à frente de Lula no ABC paulista. Você só continua garçom porque não atendeu o freguês certo.
O garçom de Lula tem estreitas relações com a família Demarchi, de onde partiu a indicação de Lewandowski para o círculo do próprio Lula – uma história bonita que atingiu seu clímax no Supremo Tribunal Federal. Um ex-operário que fez bem a tanta gente não pode terminar na cadeia – e os supremos companheiros estão aí para isso.
Dias Toffoli soltou o ex-ministro Paulo Bernardo, mesmo com o risco concreto de novos crimes de lavagem – e logo a seguir surge um relatório da Receita Federal indicando a ligação entre o braço direito de Bernardo e as negociatas da campanha de Dilma envolvendo a gráfica Focal. Dá para entender quanto é importante um bom círculo de amizades?
E prossegue a impressionante sequência de atentados aceitáveis, produzidos pelos amigos dos ministros infláveis. A PF descobre na delação do ex-presidente da Andrade Gutierrez a evidência de que um ex-diretor do BNDES negociou propina na veia para o PT. É mais um flagrante do uso obsceno dos maiores bancos públicos do país por Lula e Dilma – que bastariam, relacionados aos demais delitos, para tipificar a cúpula do governo do PT como quadrilha, com todas as medidas policiais preventivas e coercitivas necessárias para sustar a gestão do patrimônio criminoso. Mas o STF tomou a providência de decretar que a quadrilha não é quadrilha.
Então fica tudo bem. E ficamos sabendo que a Odebrecht, vitaminada pelo BNDES sob a varinha de condão de Lula, escalou uma empresa afiliada para comprar um imóvel de 5.000 metros quadrados para o Instituto Lula – mesma empresa que pagou jatinho para levar o ex-presidente a Cuba. O mesmo BNDES onde floresceram as jogadas do ex-ministro Fernando Pimentel, amigo do peito de Dilma – laranja de Lula, que ocupou a Presidência para dar cobertura a essa farra toda.
Um boneco inflável com a cara de Ricardo Lewandowski perambulando pela Avenida Paulista é um atentado inaceitável à credibilidade de um tribunal que vem blindando, como pode, essa dupla do barulho. A investigação da dobradinha de criador e criatura para calar o companheiro Cerveró foi tirada das mãos de Sergio Moro. Tudo o que chega lá implicando a mulher honrada, afastada e do lar é indeferido. Até o rito de impeachment na Câmara foi operado pelo Supremo, em evidente atropelo institucional, para tentar refrescar os padrinhos delinquentes. Como se vê, há pouco que um boneco inflável possa fazer para prejudicar essa credibilidade.
As sabotagens ao impeachment não adiantaram nada – como, ao final das contas, não vão adiantar todas as outras pantomimas solidárias. Lula e Dilma cometeram uma avalanche de crimes, estão fora do poder e a Lava Jato não é comprável pela elite vermelha. Mas a história há de registrar que, durante o maior assalto aos cofres da nação, a ordem pública foi gravemente ameaçada por um boneco inflável.
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segunda-feira, 4 de julho de 2016

"O escândalo obsceno de Pasadena não mereceu o devido inquérito" / Guilherme Fiuza

Começou a operação Lava Crime - 

GUILHERME FIUZA

REVISTA ÉPOCA

 O ESCÂNDALO OBSCENO DE PASADENA, REPLETO DE DIGITAIS DE DILMA, NÃO MERECEU O DEVIDO INQUÉRITO

O ex-ministro Paulo Bernardo foi preso. Ele ocupou as Pastas do Planejamento e das Comunicações nos governos Lula e Dilma. Um ministro importante - ou, mais que isso, um dos líderes da hegemonia petista no Planalto. É acusado de roubar R$ 100 milhões de servidores públicos - destinando a maior parte do roubo para o caixa do Partido dos Trabalhadores, sem esquecer-se de reservar seu pixuleco particular. Mas Paulo Bernardo foi solto pelo STF, em decisão providencial do companheiro Dias Toffoli.


Veio também do Supremo Tribunal Federal outra decisão importantíssima para a preservação da saúde da quadrilha. Em ato do companheiro Teori Zavascki, o processo contra Lula por tentativa de comprar o silêncio de Nestor Cerveró foi parar longe das mãos de Sergio Moro. O argumento do ministro companheiro para mandar a operação cala a boca para a Justiça Federal de Brasília é impagável: o suposto delito de Lula denunciado pelo senador cassado Delcídio do Amaral não está no âmbito das investigações da Lava Jato.

Perfeito: o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró foi condenado no escândalo do petrolão, investigado pela Operação Lava Jato, mas a tentativa de um ex-presidente da República de impedir que o condenado contasse tudo o que sabia sobre o escândalo investigado pela Operação Lava Jato não tem nada a ver com a investigação conduzida pela Operação Lava Jato. Claro como petróleo roubado.

Surge então o companheiro procurador Rodrigo Janot, autor de vistosas coreografias para bagunçar o processo de impeachment, e recomenda que José Dirceu tenha sua pena pelos crimes do mensalão perdoada. Outra decisão cristalina. Ela ocorre no exato momento em que o juiz Sergio Moro, esse golpista, aceita nova denúncia contra o ex-ministro de Lula e o torna réu pela segunda vez na Lava Jato. Como se vê, a floresta de implicações de Dirceu no assalto ao Estado brasileiro perpetrado pelo PT não enseja outra providência senão o perdão.

E a quem caberá, no STF, a decisão final sobre o perdão ao guerreiro do povo brasileiro? Ao companheiro Luís Roberto Barroso - isso, aquele mesmo. Façam suas apostas.

Outra dobradinha da Procuradoria-Geral com o Supremo que tem feito história no refresco à quadrilha do bem é a Janot-Teori. Funcionou melhor que a zaga do Barcelona rebatendo a saraivada de denúncias contra a companheira afastada Dilma Rousseff. Nem o escândalo obsceno de Pasadena, repleto de digitais da companheira, mereceu o devido inquérito - sempre sob as escusas de não haver indícios suficientes contra ela, embrulhadas no sofisma de que presidente no exercício do mandato não pode ser investigado.

Mais uma falsidade, naturalmente. Presidente não pode ser réu, mas o delito no qual supostamente se envolveu pode e deve ser investigado. Menos na democracia companheira - onde as instituições são muito sensíveis aos corações valentes.

Aí aparece uma perícia no Senado decretando que a Senhora Rousseff não pedalou. Como o Brasil é uma mãe, a opinião pública é uma geleia e as instituições são uma sopa, a barbaridade se dissemina com solene indignação.

Não adianta informar ao jardim de infância que a perícia contratada pelos ciclistas operou apenas mais uma malandragem - alegando que não há ato direto da Sra. Rousseff nas pedaladas. Claro que não há. O ato da ex-mandatária foi justamente uma omissão - não pagar os débitos do Tesouro com o Banco do Brasil, a Caixa Econômica e o BNDES, forçando os bancos públicos a emprestar a seu controlador, o que é proibido pela lei fiscal.
A tal perícia deixou só um crimezinho pendurado no processo de impeachment, reconhecendo que os decretos de crédito suplementar não foram autorizados pelo Congresso Nacional. No país da geleia geral, onde as convicções são formadas com a meticulosidade de um churrasco em Atibaia, vai emergindo a versão de que os ladrões não eram tão maus assim - e no fundo são até simpáticos. Aí, Dilma lança sua vaquinha para percorrer o Brasil contra o golpe. E você achava que sabia o que era uma ópera-bufa.


Libertem Paulo Bernardo. Prendam os milhares de servidores públicos desfalcados no escândalo do crédito consignado. Tragam Dilma de volta. Deem mais uma chance à elite vermelha - ela ainda não tinha terminado de raspar o tacho.

terça-feira, 10 de maio de 2016

Um governo de conversa fiada...

Vem aí o Mandela do ABC - 

GUILHERME FIUZA

REVISTA ÉPOCA

Atenção para a nova narrativa da elite vermelha (são os maiores narradores do mundo), de saída do palácio: estão sem grana. Começaram a espalhar que estão pagando seus advogados milionários do próprio bolso, a duras penas. É de cortar o coração. A razão, todos sabem: o produto do roubo de uma década, na corrente solidária do mensalão e do petrolão, foi integralmente doado a instituições de caridade. Os guerreiros do povo brasileiro não querem nada para eles. Só a glória de terem colocado um país na lona na base da conversa fiada.

A saudosa Dilma Rousseff avisou que vai resistir no Palácio da Alvorada. "É só o começo, a luta vai ser longa, avisou a patroa do Bessias. E milagrosamente a gangue dos movimentos sociais S.A, saiu incendiando o Brasil, bloqueando ruas e estradas, difundindo os altos ideais do parasitismo profissional.

Não pensem que sai barato uma mobilização cívica dessas. A mortadela é só o símbolo. É preciso um caixa poderoso para manter tantos vagabundos em estado de prontidão. Devem ser as famosas vaquinhas do Vaccari.

Pode-se dizer que o PT chegou, assim, ao nirvana. Passou um agradável verão de 13 anos e meio à sombra do contribuinte, fez o seu pé-de-meia muito bem feito e voltou para o seu lugar natural nesta existência: jogar pedra e reger a bagunça - protegido pelos melhores advogados e santificado pela fina flor da desonestidade intelectual.

A cena do escritor Adolfo Pérez Esquivei no Senado defendendo Dilma Rousseff de um golpe de Estado mostrou a importância do Prêmio Nobel da Paz: manter uma opinião pública em perfeita comunhão com suas ilusões pequeno-burguesas de bondade, enxergando no espelho um herói socialista. Enquanto Lula não for preso, continuará regendo esse repertório dos inocentes úteis e ativistas de aluguel, investindo sua gorda poupança no rendimento seguro do coitadismo. Depois que for apanhado por Sergio Moro, virará preso político- um Nelson Mandela do ABC, esperando para retomar o que é dele (o Brasil). Isso não tem fim.

A chance que o país tem de confinar a narrativa coitada no seu nicho folclórico é alguém se dispor a governar isto aqui. O Palácio do Planalto foi transformado num bilhete de Mega Sena, onde o felizardo e seus churrasqueiros vão passar longas férias inventando slogans espertos, botando ministro da Educação para caçar mosquito e outras travessuras do arraial. Se aparecer um governo por ali, a essa altura do campeonato, será uma revolução.

Se houver de fato a investidura de uma política econômica de verdade, com Henrique Meirelles na Fazenda e Ilan Goldfajn no Banco Central (ou qualquer outro que não aceite ser capacho de populista), as férias remuneradas da elite vermelha poderão começar a acabar. Se houver de fato a desinfecção da pantomima terceiro-mundista na política externa, faltará a ressurreição da democracia interna. O Brasil vive hoje uma democracia particular, na qual a gangue companheira que depenou o Estado faz chantagens emocionais ao vivo —constrangendo qualquer possível liderança legítima com seu exército de bolsistas sociais. Estamos na metade do caminho para a Venezuela, na metade do percurso para o chavismo e seu totalitarismo branco.

Um governo de verdade pode dar meia-volta com relativa facilidade, bastando algo que os políticos atuais de todas as correntes rezam para não ter de exercer: autoridade. Bloqueou rua? O Estado vai lá e desbloqueia. Ele serve para isso, seus funcionários e representantes são pagos para isso — zelar pelo interesse da coletividade. Os monopolistas do bem gritarão que estão sendo reprimidos, na sua velha tática de jogar areia nos olhos da platéia. Cabe a um governo de verdade enxotá-los com a lei, esteja a platéia enxergando ou não.

No Plano Real, antes de nascer gloriosa a moeda forte, o governo penou para implantar a responsabilidade fiscal essa que está depondo Dilma Rousseff - contra a gritaria geral. Isso dói. Tem alguém aí disposto a esse sacrifício, prezado Michel Temer? Se não tiver, ouça um bom conselho: melhor ficar em casa.

A lenda petista continuará dizendo que se trata de um golpe para entregar o país ao PMDB de Eduardo Cunha. Só há um antídoto eficaz para essa praga renitente: um governo que governe.


Mais uma delação que exibe a forma degradante de governança do PT...

Delação fatal 

O que Otávio Azevedo falou é motivo para a saída de um presidente em qualquer democracia

RUTH DE AQUINO
08/04/2016 - 19h27 - Atualizado 08/04/2016 19h27
Algum petista precisa convencer a presidente Dilma Rousseff a apoiar os trabalhos da Câmara nos fins de semana, sábados, domingos e feriados, para acelerar a votação do processo de impeachment. Dilma, apresse tudo por seu próprio bem.
Porque, a cada semana, a cada depoimento que ganha a luz do dia, sua permanência no Palácio do Planalto fica mais insustentável. Não tem encanador no mundo que dê jeito nos vazamentos desse esgoto de propinas. No seriado “Executivos contra o Executivo”, o conteúdo das denúncias é assombroso.
Vamos esquecer que este é um mau governo – uma constatação de eleitores de todas as classes sociais e todos os matizes ideológicos. Dilma jogou o Brasil numa crise sem tamanho. Um Brasil que ficou tão menor sob sua incompetência e irresponsabilidade fiscal. Um Brasil que só aumenta os gastos públicos, mete a mão na arrecadação de impostos e condena a população à inadimplência.
Vamos esquecer sua falta de liderança, atestada por políticos de todos os partidos, entre eles o PT. Vamos esquecer a alta da inflação e do desemprego. Vamos esquecer que, ainda hoje, com o país no abismo, Dilma negocia, em troca de votos de qualquer picareta, as Pastas de Educação e Saúde, como se fossem legumes na xepa ou moedas de cara ou coroa – só para se manter no poder. E que se dane o povo nas filas de escolas e hospitais, refém de epidemias graves e indicadores educacionais vergonhosos.
Vamos esquecer as pedaladas fiscais, manobras que sempre existiram, mas que dispararam com Dilma e chegaram a R$ 72 bilhões – pedaladas para financiar projetos do governo, pintar de rosa a realidade e ganhar a reeleição com base em grossas mentiras. Esses bilhões foram ressarcidos aos bancos públicos no último dia útil de 2015, com o governo já acossado por denúncias de ilegalidade.
Vamos esquecer as delações anteriores, de seu ex-líder na Câmara Delcídio do Amaral ou de operadores e presidentes de empresas, todos admitindo participar de uma rede de obras superfaturadas e do movimento de fortunas para beneficiar seu governo. Vamos esquecer até as críticas de Lula a seu estilo autoritário, Dilma, com socos na mesa e palavrões. Um estilo agora substituído por um sorrisinho debochado com chiclete e por comícios seletivos no Palácio do Planalto, com claque garantida.
Vamos esquecer o caos e nos ater à última delação, de Otávio Azevedo, ex-presidente da segunda maior empreiteira do país, a Andrade Gutierrez. O executivo diz ter pago, com outras construtoras, R$ 150 milhões em propinas disfarçadas de doações eleitorais para o PT e o PMDB, repartidos igualmente, para ganhar o contrato da usina de Belo Monte.
Quem ganhou a “concorrência” acabou sendo o amigo de Lula, o pecuarista José Carlos Bumlai, com um consórcio de empresas formado às pressas. A amiga de Dilma, Erenice Guerra, calou as queixas de Otávio Azevedo, prometendo a ele que Bumlai contrataria a Andrade Gutierrez para executar a obra. E assim foi. Se não me engano, isso se chama “quadrilha”.
O executivo Otávio Azevedo também declarou ter sido intimado pelo tesoureiro da campanha de Dilma em 2014 e atual ministro da Secretaria da Comunicação Social, Edinho Silva, a doar dinheiro para a reeleição da presidente. Otávio argumentou que já tinha pago a João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, hoje preso na Lava Jato. E que não poderia fazer a mesma doação novamente. As partes teriam então chegado a um acordo de doação de R$ 20 milhões. Doação registrada legalmente, mas que, segundo Otávio Azevedo, seria originária de propina de obras superfaturadas da Petrobras e obras das usinas de Angra 3 e Belo Monte, além do Complexo Petroquímico do Rio, o Comperj.
A delação de Otávio Azevedo não livra a cara do PMDB nem do PSDB, cujo candidato à Presidência, Aécio Neves, também recebeu doações da empreiteira. Segundo o depoimento, em 2009, R$ 600 mil em dinheiro vivo foram entregues ao ex-ministro de Minas e Energia Edison Lobão, do PMDB. A delação também envolve o economista Delfim Netto, que teria recebido, segundo executivos da empreiteira, R$ 15 milhões de propina em 2010.
Caso essa delação seja verdadeira, o que Otávio Azevedo falou é, por si só, motivo para a saída de um presidente ou de um primeiro-ministro em qualquer democracia civilizada. Causa espanto que Dilma se indigne não contra o conteúdo da delação, mas contra “os vazamentos seletivos” que favorecem “o golpe”. Causa espanto que o Partido dos Trabalhadores refute a última delação não em tom de revolta contra invenções absurdas, mas contra o que o PT chamou de “ilações”. Fraco.
Todos os acusados negam malfeitos. Mas não acreditamos mais. Precisamos passar o Brasil a limpo. E isso significa punir todos os bandidos, a torto e a direito, sem apegos a siglas, mas aos fatos.

domingo, 21 de fevereiro de 2016

Notícias horrorosas na revista Época e no Diário do Poder sobre Lula no blog de Aluizio de Amorim

domingo, fevereiro 21, 2016

PROCURADORES CONCLUÍRAM QUE LULA COMETEU O CRIME DE TRÁFICO DE INFLUÊNCIA, REVELA 'ÉPOCA'.

O ex-presidente Lula atuou fortemente como lobista da Odebrecht no exterior, é o que diz reportagem da edição desta semana da revista Época. De acordo com a revista, centenas de documentos das empresas de Lula, da Odebrecht e até do BNDES foram analisadas por peritos na investigação sobre as suspeitas de tráfico de influência internacional do petista para favorecer a Odebrecht. Após analisar telegramas diplomáticos, cruzar dados de viagens de Lula e de executivos da empreiteira, os procuradores concluíram que o ex-presidente cometeu sim o crime de tráfico de influência.
Para os procuradores, havia um “modus operandi criminoso” na atuação de Lula, dos executivos da Odebrecht e dos diretores do BNDES para liberar dinheiro do banco à empreiteira. O ex-presidente praticou o crime de tráfico de influência em favor da Odebrecht, vendeu sua “influência política” por R$ 7 milhões e o contrato de palestras com uma uma empresa do petista serviu para “dar aparência de legalidade” ao crime.
Sobre o BNDES, a matéria afirma que o banco aprovava com "velocidade incomum" os financiamentos que envolviam gestões de Lula e interessavam à Odebrecht, além de liberar dinheiro indiretamente à construtora.
Os investigadores confirmaram que Lula viajava em jatinhos da Odebrecht para se encontrar com os presidentes amigos e o pagamento era feito por meio de “palestras”, justificando, em tese, a necessidade das viagens. Relatos de diplomatas que acompanhavam as reuniões confirmaram que Lula fazia lobby em favor da Odebrecht e ainda prometia aos chefes de Estado que convenceria a presidente Dilma Rousseff a “ajudar”. Isso aconteceu em Cuba, Venezuela e República Dominicana, para citar alguns exemplos.
Durante o "contrato" de Lula com a Odebrecht, a empreiteira recebeu US$ 7,4 bilhões em financiamentos do BNDES por meio de 52 contratos no exterior. Durante esse tempo, a construtora pagou R$ 4 milhões à L.I.L.S., empresa de Lula, além de bancar despesas no valor de US$ 1,2 milhão e mais de 40 mil fretamento de aeronaves, carros e hospedagens. Análise do MPF verificou que o BNDES leva em média 488 dias para aprovar um processo de financiamento de obra no exterior, mas 17 das 30 transações da Odebrecht periciadas ficaram abaixo do prazo. A obra do porto de Mariel em Cuba levou pouco mais de um terço desse tempo (176 dias).
AJUDA BILIONÁRIA
Uma das atuações mais rentáveis do ex-presidente petista foi junto à Venezuela, durante a presidência de Hugo Chávez. O BNDES liberou US$ 747,1 milhões em 2009 para a Odebrecht construir duas linhas de metrô na Venezuela, mas os pagamentos antecipados não correspondiam ao avanço do projeto, algo fora dos padrões de financiamentos do BNDES. Em meados de 2011, as dívidas do governo venezuelano com a Odebrecht chegavam a US$ 1 bilhão e, como num passe de mágica, Lula teve uma "palestra" contratada pela empreiteira a ser realizada na Venezuela e a dívida foi quitada. Resumo da reportagem de Época by Diário do Poder