Postagem em destaque

MALDADE É O PROJETO Blue .beam ...

*O PROJETO BLUE BEAM: Já soube que os governos estão admitindo os OVNIs e há vários movimentos atuando para a implantação de uma religião gl...

sábado, 24 de dezembro de 2016

"Sá a diminuição do tamanho do Estado poderá diminuir a corrupção no Brasil"

sexta-feira, dezembro 23, 2016


Em um comunicado, o Departamento de Justiça classificou de “maior caso de pagamento global de propina da história”.

REINALDO AZEVEDO

FOLHA DE SP -23/12

Documentos divulgados pelo Departamento de Justiça dos EUA apontam que a Odebrecht pagou a fábula de mais de US$ 1 bilhão em propina: US$ 599 milhões foram distribuídos a patriotas brasileiros, e US$ 439 milhões, a estrangeiros.

Estrangeiros? Sim, autoridades de Angola, Moçambique, Venezuela, Equador, Argentina, Colômbia, República Dominicana, Guatemala, México, Panamá e Peru se deixaram corromper. No grupo, há ditaduras de esquerda, quase ditaduras, quase democracias, regimes propriamente democráticos, fazendolas comandadas por milícias etc. Sem preconceitos!

Só se compra quem está à venda. Só se vende quando há compradores. "Ah, já sei, isso é que se chama lei do mercado, né?" Errado, gafanhoto! Essa é a lei universal e atemporal da canalhice. Afinal, Angola, Moçambique, Venezuela e Equador, por exemplo, até em razão de seus respectivos regimes políticos, são exemplos não exatamente do funcionamento das leis da oferta e da procura, mas de seu colapso.

A Odebrecht e as demais empreiteiras envolvidas no petrolão, como resta claro a esta altura, pagaram caro, obtendo lucros fabulosos, para que as regras de mercado não funcionassem.

O que todos esses países têm em comum com o Brasil, ainda que em graus variados, mas sempre acima da média dos países de institucionalidade avançada? A resposta é simples: Estado na economia. Em todos eles, é a arbitragem do governo –ou seu arbítrio– que define as regras do jogo. E a corrupção é diretamente proporcional à capacidade que tem esse Estado de definir vencedores e perdedores.

Não tenho aqui as contas, mas asseguro, por princípio e lógica, que, considerado o tamanho de sua economia, Angola lideraria o ranking da corrupção entre esses 12. Afinal, é o que fornece as melhores condições estruturais para o exercício da cleptocracia porque o mais autoritário.
O Brasil tem-se deixado enredar num debate nem sempre esclarecido sobre o que fazer para combater a corrupção. Com alguma frequência, o moralismo rombudo e oportunista tem ocupado a cena, com suas respostas estridentes e sua vocação para disciplinar os costumes com cordas e guilhotinas. Movimentos assim costumam resultar em cabeças cortadas, pescoços quebrados e emergência de novos viciados em velhos vícios. Sabemos que, na revolução de bichos, os porcos aprendem depressa a andar sobre duas patas...

Não há endurecimento possível da legislação penal ou reforma do Judiciário capazes de responder a contento ao quadro de descalabro que há no Brasil –e, certamente, nos demais países da Lista da Vergonha. Ainda que se proceda a julgamentos sumários, em praça pública, para que os faltosos sintam a força do exemplo, continuaremos a produzir corruptos e corruptores, só que com um pouco mais de barbárie.
Precisamos, em suma, é de mais democracia se queremos menos corrupção. E a tanto só chegaremos com a diminuição da presença do Estado na economia. No dia em que não houver estatais para vender dificuldades, haverá menos gente para pagar por facilidades.

Infelizmente, apesar dos descalabros que vieram à luz, o Estado, o verdadeiro algoz da sociedade, tem saído incólume. Alguns imbecis têm preferido oferecer como remédio o ataque às garantias democráticas. Ou por outra: querem é ainda mais arbítrio do aparelho estatal, o pai de todas as corrupções, a tempo privatizado por empreiteiras e afins.

*

PS - Este escrevinhador tira três semanas de folga. Só volta a escrever no dia 20 de janeiro. Que todos possamos estar, nestes dias e em todos os outros, em espírito ao menos, perto dos nossos amores. Até a volta.

Mais enrolado fica o PT com delação que envolve EUA e outros países / IstoÉ

sexta-feira, dezembro 23, 2016

REPORTAGEM-BOMBA DE 'ISTOÉ': R$ 50 MILHÕES PARA DILMA; R$ 100 MILHÕES PARA PT. LULA AUTORIZOU ESQUEMA, SEGUNDO DELAÇÃO ÀS AUTORIDADES AMERICANAS.

A edição da revista IstoÉ que chega às bancas nas vésperas deste Natal, traz em detalhes as revelações do Departamento de Justiça dos Estados Unidos sobre o acordo de delação premiada da Odebrecht que também foi firmado com as autoridades americanas. Os números são espantosos. Os sites noticiosos anunciaram a conta-gotas o teor desse verdadeiro petardo que espantou aos autoridades americanas. A reportagem da revista IstoÉ faz um resumo organizado das intrincadas operações para efetivação da roubalheira.
A entidade norte-americana ficou impressionada com a prática criminosa da empreiteira. Em um comunicado, o Departamento de Justiça classificou de “maior caso de pagamento global de propina da história”. Lula, Dilma, o PT e seus sequazes estão envolvidos nesse mega escândalo. Não é à toa que o Brasil foi parar no fundo do poço. O mais incrível de tudo isso é que há ainda quem defenda esses demolidores do Brasil. A seguir, a parte inicial da reportagem:
PERPLEXIDADE MUNDIAL
Documentos do Departamento de Justiça dos Estados Unidos revelados na última quarta-feira 21, e que integram a papelada sobre o acordo de delação premiada da Odebrecht, causaram perplexidade mundial pela grandeza dos números. Segundo a papelada, o grupo Odebrecht pagou mais de US$ 1 bilhão (R$ 3,3 bilhões) em propinas a governantes e políticos de 12 países desde 2003. A maior parte desses subornos – US$ 599 milhões ou quase R$ 2 bilhões – foi repassada a autoridades brasileiras. O que mais chama a atenção, no entanto, é que entre os principais beneficiários estão a ex-presidente Dilma Rousseff. Apesar da fartura de evidências, a mais importante delas as próprias delações dos executivos da empreiteira que já apontavam a sua participação direta nas negociações de propina e caixa dois, a petista insistia em vender uma imagem de política pura e imaculada. A investigação dos EUA ajuda a desmontar esse discurso. De acordo com a documentação em poder das autoridades norte-americanas, a campanha de Dilma em 2010 foi irrigada com R$ 50 milhões em propinas.
A ex-presidente é descrita nos documentos americanos como a “Brazilian Official 2”. O texto do acordo com a Odebrecht mostra que a fortuna foi negociada pelo então presidente Lula em 2009 junto a Alexandrino Alencar, na época diretor do grupo. Lula, identificado na papelada como “Brazilian Official 1”, autorizou que Alexandrino acertasse com o ministro da Fazenda Guido Mantega, que nos documentos dos EUA é conhecido como “Brazilian Official 4”, a concessão de benesses para a petroquímica Braskem. A empresa integra o grupo Odebrecht. Mantega, segundo a papelada, disse que atenderia a petroquímica em troca de propina para a campanha de Dilma. O valor negociado ficou registrado num pedaço de papel: R$ 50 milhões. Os diretores da empresa fizeram os repasses por meio do já proverbial “departamento de propinas” do grupo.


MEA CULPA Diretor jurídico da Odebrecht, Adriano Juca, deixa Tribunal em Nova York, onde confessou que a empreiteira pagou US$ 1 bi em propinas. Foto: IstoÉ
R$ 100 MILHÕES PARA O PT
O objetivo da Braskem era “assegurar uma vantagem imprópria para obter e manter seus negócios”. O órgão também calcula que a Odebrecht se beneficiou em US$ 1,9 bilhão como resultado dos pagamentos de subornos. Segundo o Departamento de Justiça, a “negociação espúria” deu certo e o governo implantou um programa que permitiu à Braskem continuar tendo abatimentos em impostos. A partir de 2006, estava em discussão a mudança no sistema de tributos de empresa. Por isso, a Braskem procurou integrantes do governo Lula para negociar uma legislação que não prejudicasse o grupo. E isso custou à Braskem a contribuição para a campanha de Dilma.
Em outro trecho do documento, os americanos dizem que o “Brazilian Official 4” (Mantega) negociou com a Braskem o pagamento de propinas no total de R$ 100 milhões para diversos candidatos petistas em 2014, incluindo Dilma Rousseff, candidata à reeleição. Antes de liberar os R$ 100 milhões para o PT, a Braskem iniciou uma tentativa de convencer o governo federal em 2011 a implantar mudanças tributárias que beneficiaram o setor petroquímico. A legislação foi apresentada no Congresso Nacional em 2013, mas enfrentou resistências dos parlamentares e acabou sendo paralisada por causa disso. “A Braskem precisou pagar quantias significativas para vários membros do Congresso para manter a tramitação do projeto”, diz o documento. Depois disso, a legislação foi aprovada. “A Braskem foi solicitada para pagar um adicional de R$ 100 milhões além do que o Empregado da Braskem 1 havia previamente acordado com o ‘Brazilian Official 1’ (Lula) para pagar ao partido político e aos membros do governo federal. Este acréscimo foi negociado pelo ‘Brazilian Official 4” (Mantega) e foi pago por doações a integrantes do partido nas eleições de 2014”, descreve o documento.
MAIOR PROPINA DO MUNDO
Os dados foram divulgados pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, órgão com o qual a Odebrecht assinou, em conjunto com Brasil e Suíça, seu acordo de leniência –tipo de delação premiada para empresas. A entidade norte-americana ficou impressionada com a prática criminosa da empreiteira. Em um comunicado, o Departamento de Justiça classificou de “maior caso de pagamento global de propina da história”. De acordo com a documentação, houve pagamentos de propina relacionados a mais de cem projetos da Odebrecht nesses 12 países: Angola, Argentina, Brasil, Colômbia, Equador, Guatemala, México, Moçambique, Panamá, Peru, República Dominicana e Venezuela. A documentação divulgada contém um panorama geral das revelações feitas na delação premiada, mas não identifica os nomes dos funcionários da Odebrecht nem dos políticos envolvidos. Suas identidades até então são mantidas sob sigilo. Clique AQUI para ler e ver MAIS

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Mulheres bonitas... Não precisa concordar... Não é necessario sonhar...Basta olhar !

As 20 mulheres mais bonitas de acordo com a Internet

1. Megan Fox
Themeplus / Flickr.com
Seu nome completo é Megan Denise Fox. Esta atriz americana nasceu em Oak Ridge, em 1986. Na sua vida profissional combina duas profissões de atriz e modelo.


Esses qualidades lhe deram vários prêmios e reconhecimentos oficiais. Ela é conhecida por sua interpretação nos filmes Transformers e Transformers 2: A Vingança dos Derrotados.

vía eonline.com
Continue olhando com o site acima

História de Amor e Ódio, mais Inveja... os eternos protagonistas da História...!



GERAL

Por que Wirsung foi assassinado?

por ALFREDO GUARISCHI
Operação (Foto: Alfredo Guarischi)
Acabo de operar um grande amigo. Foram muitas horas para retirar um grande tumor da cabeça do pâncreas e junto remover todo o duodeno, parte do estômago e do canal biliar, religando todos no final, “quase” como eram antes... A junção do pâncreas ao intestino é a mais complexa de todas. É como juntar um cano de cobre a um de plástico.
Meu amigo já está em casa, sem drenos e comendo bem.
Realizo muitas dessas cirurgias, mas não posso negar meus pensamentos nas longas horas em silêncio e meditação, entre os ruídos dos monitores e trabalho em equipe, nessa especial cirurgia.
Durante a junção do canal principal do pâncreas - canal de Wirsung - ao intestino, me veio a lembrança dos meus anos como professor de anatomia na UFRJ.
O canal leva o nome de seu descobridor, Johann Georg Wirsung, nascido na Bavária, Alemanha, em 1589. Esse irrequieto alemão especializou-se em anatomia com Jean Riolan, em Paris. Posteriormente, foi para Pádua, Itália, onde se formou em medicina em 1630, sendo logo convidado para trabalhar como dissector de cadáveres com o professor Johannes Wesling, vivendo uma relação conflituosa com seu famoso chefe.
Em 2 de março de 1642, uma segunda-feira, dissecando o cadáver de Zuane Badia, um criminoso de 30 anos de idade que havia sido enforcado no dia anterior, Wirsung se deparou com um canal que atravessava o pâncreas de um extremo ao outro (da cabeça à cauda) e que não havia sido descrito anteriormente. Assistiam a dissecção realizada no Hospital San Francesco dois estudantes: Thomas Bartholin e Moritz Hoffman.
Percebeu ter feito uma importante descoberta, mas, sem saber a função do canal pancreático, talvez por isso hesitasse publicar o fato em uma revista científica. Esculpiu secretamente o pâncreas com seu canal dissecado com detalhes técnicos em uma placa de cobre, que ainda pode ser vista no Palácio de Bo, em Pádua. Esse modelo serviu para imprimir sete desenhos que enviou a eminentes anatomistas da França, da Dinamarca, da Itália e da Alemanha, pedindo opinião sobre o significado de seu achado e assegurando, dessa forma, seu pioneirismo. Nunca recebeu o merecido reconhecimento em vida, talvez por não ter sido um professor, porém, com habilidade, por 14 anos dissecou e preparou cadáveres para serem utilizados em aulas administradas por professores eminentes.
Na noite de 22 de agosto de 1643, um sábado, na tradicional hora de cantar “Ave Maria”, Wirsung conversava amistosamente com outros vizinhos, no alojamento onde viviam próximo à Basílica de Santo Antônio, quando foi perseguido por três agressores e atingido por um tiro de escopeta disparado com requintes de ódio pelo médico belga Jacobus Cambier, que estava em companhia de Nicaise Cambier e um estudante de medicina nunca identificado. Morreu sangrando, denunciando o nome de seu assassino. Os agressores fugiram de Pádua.
A cirurgia do pâncreas continua sendo um grande desafio, e a história de Wirsung, um grande mistério.

"E SE O ESTADO FOSSE UM PACOTE DE SERVIÇOS?" / Percival Puggina



Artigos do Puggina


E SE O ESTADO FOSSE UM PACOTE DE SERVIÇOS?

por Percival Puggina. Artigo publicado em 

 A Assembleia Legislativa gaúcha está votando um conjunto de vinte e tantos projetos voltados para a redução do gasto público, com ênfase à supressão de diversas atividades periféricas do Estado. Assistindo aos debates pela TV, presenciei o momento em que um parlamentar petista anunciou da tribuna que o governo Sartori, com essas providências, entraria para a história como o pior da vida administrativa do Estado. Impossível, excelência! Nem Nero, nem Calígula, se governadores do Rio Grande, conseguiriam ser mais destrutivos do que Tarso Genro. Em plena crise determinada pela infeliz conjugação de quatro sucessivos mandatos petistas no governo da União, Tarso Genro seguiu a cartilha dos piores economistas do PT e meteu o pé no acelerador da despesa. Recebeu o Estado gaúcho com as contas equilibradas e entregou um orçamento deficitário em R$ 5 bilhões. Não satisfeito, ao encerrar seu mandato em 2014, legou a seus sucessores aumentos salariais de servidores para serem cumpridos ao longo de cinco exercícios vindouros.
 Vejo empresas fechando as portas, empresários vendendo bens para manter ativos os negócios, jovens abandonando os estudos, brasileiros deixando o país. Só o estatal continua como se não houvesse recessão, elevando seu peso sobre a sociedade. Se o poder público no Brasil, nas suas três esferas administrativas e nas correspondentes instituições, fosse um pacote de serviços, você o compraria, leitor? Claro que não! Esse pacote, se de consumo obrigatório e fornecido por uma única instituição, a tornaria campeã de queixas e denúncias ao Procon, por péssima qualidade e preço abusivo. Ele custa a cada "consumidor" de 30% a 50% de seus ganhos, sendo que a maior proporção corresponde às faixas de renda mais baixas.
 Pagamos tudo isso para, bem resumidamente:
• termos educação pública de péssima qualidade;
• morrermos nas filas de espera do "quase perfeito" SUS;
• vivermos numa selva urbana que está a exigir um par de anjos da guarda adicionais, preferivelmente brasileiros, treinados para os sobressaltos do cotidiano nacional;
• termos uma justiça lenta e uma execução criminal que não consegue prender e manter presa a bandidagem que infelicita nossa vida;
• sabermos que os processos referentes aos grandes corruptos da nação, mundialmente notórios ladrões do nosso dinheiro, estão sob proteção da última trincheira da impunidade - o moroso e rumoroso STF;
• dispormos de uma infraestrutura precária e deficitária em saneamento, energia e transportes.
Nas eleições municipais de outubro, a sociedade deu uma lição aos partidos de esquerda que na prática de gestão operam como usinas de desastres. Os eleitores desse último pleito derrubaram o até então todo-poderoso PT para a minguada 6ª posição entre os partidos nacionais. E esse resultado expressa, essencialmente, rejeição ao estatismo, ao aparelhamento partidário do Estado e à irresponsabilidade fiscal que o PT transformou em grife.
Pois mesmo assim, a Assembleia gaúcha vem presenciando, nestes dias, um verdadeiro carrilhão, com os deputados oposicionistas, em rodízio, reproduzindo da tribuna um discurso segundo o qual só sairemos da atual crise deixando tudo como está. No entanto, nenhuma organização que busque a própria sustentabilidade pode dar-se ao luxo, por exemplo, de manter toda uma rede de centros de custo periféricos dela dependente, na ausência dos quais a vida segue exatamente tal e qual.
Após tantos anos assistindo nada ser feito em razão de que "só isso não resolve", finalmente estão sendo tomadas providências para, no tempo, em somatório de sacrifícios, com vistas ao bem comum, transformar o pacote de serviços em mercadoria comprável, por preço compatível.
________________________________
* Percival Puggina (72), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.

O 'ponto de fuga' de um terrorista islâmico é a visita ao Paraíso acompanhado de 7 mil mulheres virgens...!

Os desafios de proteger multidões contra ataques como o de Berlim

  • 21 dezembro 2016
Pessoas fazem vigília após ataque com caminhão na AlemanhaImage copyrightGETTY IMAGES
Image captionAlguns países instalam barreiras em regiões de grande concentração de pessoas para evitar ataques
A escolha de um bem visitado mercado de Natal como o de Berlim para alvo de um atentado extremista não surpreendeu as forças de segurança ocidentais, que já sabiam dessa possibilidade e conhecem a tática desse tipo de ataque.
Mesmo assim, os desafios de tentar evitar ou conter atentados desse tipo são enormes, como demonstra o seu histórico.
Já em 2000, um mercado de Natal tinha sido alvo de um ataque à bomba da Al-Qaeda em Estrasburgo, na França - um atentado que as autoridades conseguiram desbaratar a tempo.
Esses mercados são uma antiga tradição em várias partes da Europa e reúnem um grande número de moradores locais e turistas. Um atentado em um local desses deixaria um alto de número de mortos - e o impacto simbólico e emocional de estar ligado a uma temporada de feriados.
Há apenas algumas semanas, um jovem de 12 anos foi preso na Alemanha com um plano para detonar explosivos caseiros em um mercado em sua cidade natal. A bomba, repleta de pregos, não foi detonada.
A metodologia deste tipo ataque com caminhões também não é nova.
Dois anos atrás, uma van foi jogada contra visitantes de um mercado de Natal na cidade francesa de Nantes, deixando 10 pessoas feridas. Uma pessoa morreu.
Os grupos extremistas Estado Islâmico e a Al-Qaeda fizeram chamados públicos a seus militantes para que usassem veículos como armas. O ataque em Nice, em julho, foi o sinal mais claro dos terríveis danos que um caminhão pode causar. Na ocasião, 86 pessoas morreram.
'Vi gente debaixo do caminhão': testemunha registra cenas de caos após atropelamento em Berlim
Nesse caso, o motorista parece ter se inspirado nos chamados do Estado Islâmico, mas a extensão do contato direto parece ter sido limitada. Rastrear cada caminhoneiro certamente não é uma solução - o que ficou claro especialmente após o caso de Berlim, onde houve fortes indícios de que o veículo foi sequestrado apenas algumas horas antes de ser usado.
Os desafios na prevenção de tais ataques que usam pouca tecnologia são complexos.
Há uma década, os membros da Al-Qaeda tendiam a planejar ataques mais complexos com explosivos. Isso muitas vezes exigia viagens internacionais e treinamento, além de comunicação, e tais ações levavam muito tempo para se desenvolverem.
Tudo isso oferecia várias oportunidades para que agências de inteligência pudessem interceptar a tempo possíveis planos de ataques.

Protegendo multidões

Se um indivíduo é seguidor do Estado Islâmico, mas não tem contato com eles e age sozinho ou em uma pequena célula, será difícil detectá-lo. No momento em que ele sequestrar um caminhão, haverá poucas chances de encontrá-lo.
A única esperança nesse caso é proteger as áreas de um ataque para reduzir os possíveis danos.
Policiais vasculham local de ataque em BerlimImage copyrightGETTY IMAGES
Image captionPlanejar ataque com veículo é mais simples do que bombas ou algo que exija treinamento
O Reino Unido investiu bastante na proteção de seus lugares mais lotados.
O governo, através do Escritório Nacional de Segurança Contra o Terrorismo, dá instruções a edifícios, pubs, bares e atrações turísticas para que estes saibam como se proteger e dar mais segurança a seus visitantes.
O foco tem sido sobre proteção contra carros-bomba ou os ataques em que um ou vários indivíduos atiram indiscriminadamente contra vítimas que veem pela frente - o tipo de incidente visto primeiro em Mumbai (em 2008, onde vários ataques coordenados resultaram na morte de 164 pessoas) e, mais recentemente, em novembro de 2015 em Paris.
A preocupação com os carros-bomba levou ao investimento em postes, balizadores de ferro (também conhecidos como "fradinhos"), chicanas e outros tipo de obstáculos de rua - às vezes integradas à arquitetura local de forma discreta - que tornariam mais difícil para um veículo atingir um prédio em velocidade.
Há também maior vigilância em eventos públicos e contato entre os organizadores e a polícia.
Os mercados ainda são difíceis de proteger, em parte porque eles tendem a estar localizados em praças e ruas abertas, mas também são temporários. Isso torna menos provável que haja investimentos em segurança pesada e permanente, embora ainda possam ser usadas barreiras temporárias.

'Mais balizadores e soldados não é a resposta'

As forças policiais britânicas dizem que já estavam com esquema de segurança em vigor zelando pela proteção des mercados públicos do Reino Unido, mas que estes serão revistos e ajustados para aumentar a presença policial.
Especialistas antiterrorismo advertem que não basta apostar as fichas apenas em medidas de proteção.
"Mais balizadores e soldados ou policiais nas ruas absolutamente não é a resposta para este tipo de ameaça", disse à BBC Richard Walton, comandante das unidades antiterror na Polícia Metropolitana de Londres de 2011 até o início de 2016.
"Você tem que melhorar sua capacidade de inteligência. Você tem que incentivar as pessoas a se aproximar e, em particular, você tem que incentivar a comunidade muçulmana a confiar nas agências e reportar informações e preocupações que ela tem".
Há muitas dúvidas, porém, se foi feito o suficiente em Berlim, dado que este tipo de ameaça já era conhecido.
O Departamento de Estado norte-americano publicou um aviso no final de novembro dizendo aos cidadãos americanos para terem cautela em "festivais de férias, eventos e mercados ao ar livre".
O aumento da segurança foi posto em prática em alguns mercados de Natal, como o mais famoso da Europa, o de Estrasburgo, com monitoramento dos visitantes e restrições à circulação de veículos.
Soldado em frente à catedral de Colônia, na AlemanhaImage copyrightGETTY IMAGES
Image captionPara ex-comandante de unidades antiterror da Scotland Yard, 'mais fradinhos e soldados nas ruas não é a resposta para este tipo de ameaça'
Mas o problema é que todos os mercados precisariam seguir os mesmo padrões de segurança, pois um extremista pode sempre escolher um alvo mais frágil para um ataque.
Autoridades alemãs têm defendido suas medidas de proteção dizendo que é difícil conseguir implantar obstáculos capazes de deter um caminhão, como foi o caso em Berlim.
"Os mercados de Natal não podem ser transformados em fortalezas", disse um oficial alemão no dia seguinte ao ataque.
"Temos um número ilimitado de alvos frágeis. Há diversas possibilidades de usar um caminhão para atacar e matar pessoas".

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

A propina espalhada pela América Latina e África...// El País


A propina da Odebrecht fora do Brasil: Venezuela, Argentina, Peru e Angola

Países estão em lista de 11 nomes divulgados pelas autoridades americanas como parte de acordo


Hidrelétrica no Peru construída pela Odebrecht.

A gigante brasileira da construção civilOdebrecht tinha uma máquina bem azeitada de pagamento de propinas na América Latina para tentar obter ou manter contratos de obras públicas. De 2001 até este ano, a empresa realizou ou mandou fazer pagamentos que somam cerca de 439 milhões de dólares em 11 países fora do Brasil, nove deles latino-americanos, segundo investigação que vem sendo realizada nos Estados Unidos. A partir desses pagamentos, a empreiteira obteve ganhos de mais de 1,4 bilhão de dólares.
A Odebrecht e seu braço petroquímico, a Braskem,admitiram à Promotoria norte-americana a responsabilidade pelo pagamento das propinas, descoberto no quadro da investigação de corrupção na Petrobras, segundo anunciou o departamento de Justiça dos EUA nesta quarta-feira. As duas empresas chegaram a um acordo para pôr fim ao processo em curso nos Estados Unidos, Brasil e Suíça mediante uma multa de 3,5 bilhões de dólares –a mais elevada da história para esse tipo de caso.
A Odebrecht, grupo presente em 28 países, com 168.000 funcionários, utilizou sociedades fantasmas e contas bancárias em diversas partes do mundo para gerenciar as propinas pagas a funcionários ou intermediários, com as quais procurava garantir uma “vantagem imprópria” em relação a seus concorrentes, segundo os documentos da investigação.
O país latino-americano em que o grupo fez mais pagamentos irregulares foi a Venezuela (98 milhões de dólares), seguida da República Dominicana (92 milhões). Fora da América Latina, a Odebrecht também corrompeu funcionários em Angola e Moçambique. No caso do Brasil, os pagamentos giraram em torno de pelo menos 349 milhões de dólares (1,2 bilhão de reais).
A seguir, algumas das irregularidades registradas em países latino-americanos:

Argentina

Entre 2007 e 2014, a Odebrecht pagou mais de 35 milhões de dólares para intermediários de funcionários ligados a três projetos de infraestrutura. As propinas geraram ganhos à empresa no valor de 278 milhões de dólares.

Venezuela

No caso da Venezuela, os pagamentos foram de 98 milhões de dólares, para vários intermediários que disseram ter acesso direto a empresas públicas. O objetivo da Odebrecht era obter informações confidenciais sobre projetos e garantir concessões.

México

No caso do México, os pagamentos somaram 10,5 milhões de dólares, entre 2010 e 2014, gerando ganhos de 39 milhões. A investigação revelou, por exemplo, que em outubro de 2013, a Odebrecht pagou seis milhões a um alto executivo de uma empresa pública mexicana em troca de um contrato.

Colômbia

Entre 2009 e 2014, a empreiteira gigante pagou propinas na Colômbia no valor de 11 milhões de dólares, que lhe geraram ganhos de 50 milhões em contratos. O grupo possui dois contratos na Colômbia. Não se sabe se o acordo judicial pode ou não atingi-los de alguma forma.
Segundo o vice-presidente da Colômbia, o regulamento anticorrupção do país estabelece que qualquer condenação internacional em termos de corrupção inabilita uma empresa por 20 anos para efeito de obtenção de contratos com o Estado, como informa Ana Marcos, de Bogotá.

República Dominicana

As propinas pagas entre 2001 e 2014 chegam a 92 milhões de dólares. Foram destinadas a intermediários que influenciaram na aprovação de projetos que geraram ganhos de 163 milhões.

Peru

A Odebrecht pagou propinas no valor de 29 milhões de dólares para funcionários do Governo entre 2005 e 2014 para obter contratos públicos. Os ganhos foram de 143 milhões de dólares. Um exemplo: em 2005, um funcionário se ofereceu à empresa para ajudá-la a obter um contrato, que ela, de fato, acabou ganhando. Essa ajuda custou 20 milhões de dólares.
Segundo veículos de comunicação locais, a Promotoria peruana pediu na semana passada à Justiça brasileira o acesso à investigação que está sendo realizada sobre as obras de um gasoduto da Odebrecht no país.