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sábado, 10 de outubro de 2015

Memória do Holocausto // Observatório da Imprensa


MEMÓRIA DO HOLOCAUSTO > DOCUMENTÁRIO SOBRE CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO

Digitalização dissemina imagens que o mundo não viu

Por Sheila Sacks em 06/10/2015 na edição 871
Para o jornalista Elio Gaspari, o mundo só começou a encarar o Holocausto a partir dos anos 1960, com o julgamento público de Adolf Eichmann em Israel. De fato, a captura do oficial nazista em Buenos Aires por um comando israelense, seu transporte clandestino para Tel Aviv e as audiências na Suprema Corte em Jerusalém renderam milhares de reportagens, centenas de livros e ensaios, questionamentos políticos, filmes e documentários.
Entretanto, essa revelação histórica – a do mais brutal massacre institucional de cidadãos promovido por um governo em solo europeu – poderia ter sido antecipada e exibida ao mundo 15 anos antes, ainda em 1945, caso as autoridades britânicas e americanas não tivessem arquivado em uma repartição pública militar os cinco cilindros de filme que registraram em tempo real o horror dos campos de concentração alemães.
Uma decisão jamais discutida, em qualquer tempo, pelos meios de comunicação, pesquisadores, intelectuais e organizações sociais a quem caberia, ao menos, uma palavra de indignação diante do ocorrido.
Cenário macabro
A filmagem feita por cinegrafistas do exército aliado acompanha a libertação de onze campos de concentração nazistas – de um total de 1.094 já documentados – a partir de abril de 1945. Entre eles os campos de Bergen-Belsen, com 70 mil mortos (onde Anne Frank morreu), Majdanek (80 mil), Dachau (30 mil) Buchenwald (56 mil), Ebensee (20 mil), Matthausen (150 mil) e Auschwitz-Birkenau (1,1 milhão).
Dachau / Foto Wikimedia / Licença Creative Commons
Dachau / foto aérea feita pelas Forças Aliadas em 1945  – Foto Wikimedia / Licença Creative Commons
As imagens aéreas mostram vastas planícies ocupadas por fileiras de barracões cercadas por arame farpado e guaritas. No solo, cadáveres sem roupa se misturam aos doentes e moribundos que agonizam sob a indiferença daqueles que ainda reúnem forças para disputar algum resto de comida. Um cenário macabro onde proliferam a imundície, as epidemias e a fome.
O filme também mostra as equipes nazistas – homens e mulheres – que atuavam nos campos da morte. Sob a ordem do exército aliado, esses soldados alemães cavam imensos buracos onde são jogados os milhares de cadáveres que jazem insepultos. Todos esquálidos e desnudos. O material, catalogado sob a inscrição F3080, permaneceu abandonado nas prateleiras de um departamento do antigo ministério da Guerra (hoje, ministério da Defesa) e em 1952 foi transferido para o “Imperial War Museum” – IWM que o registrou sob o título de “Memory of the Camps” (Memória dos Campos). Ali ficou enterrado e esquecido por décadas.
Culpa coletiva
Planejado para ser um documento histórico e didático que funcionaria como uma prova real da existência dos campos e das práticas abomináveis exercidas pelo regime nazista, o projeto do comando aliado ficou sob a responsabilidade de Sidney Bernstein (1899-1993), chefe da seção de cinema da divisão de Informação britânica, que chamou Richard Crossman para ajudá-lo no roteiro. Crossman foi um dos primeiros oficiais britânicos a pisarem no campo de Dachau e posteriormente entrou para a política, tornando-se líder do Partido Trabalhista e ministro do Trabalho. Com apoio dos colegas do serviço americano de informação, Bernstein recrutou ainda o diretor de cinema Alfred Hitchcock (1899-1980), que trabalhava em Hollywood, para supervisionar o documentário.
Mas, em 9 de julho de 1945, menos de três meses após o início efetivo do projeto, os americanos retiram a sua participação no filme. Em setembro de 1945, com o documentário inacabado, as autoridades britânicas resolvem interromper o trabalho. O comando militar, àquela altura, estava empenhado em melhorar as relações anglo-germânicas, conter uma possível expansão soviética e não dar publicidade à vitimização dos judeus que lutavam por uma pátria na terra de Israel sob mandato britânico. A exibição do filme iria incutir uma culpa coletiva sobre a população alemã, o que segundo as autoridades aliadas aumentaria ainda mais o caos e a desmoralização de uma nação derrotada.
Bergen Belsen mass graveyard
Campo de Bergen-Belsen / imagem do documentário Memory of the Camps / foto Wikimedia – licença Creative Commons
Nas imagens engavetadas, moradores das cidades e vilas próximas aos campos, convocados pelo exército aliado, visitam esses locais em plena efervescência de uma indescritível e absurda tragédia humana. As câmeras registram o constrangimento e a aparente vergonha dos alemães diante daquela multidão de seres desfigurados, reduzidos ao nível mais baixo de miséria e humilhação. Um pesadelo inimaginável que se sucedia a poucos quilômetros de suas casas, sem que ninguém soltasse um suspiro de misericórdia. Vizinhos das indústrias da morte, os moradores são forçados a encarar, naquela primavera de 1945, a máquina genocida que amparada na indiferença e pouco caso de seus cidadãos exterminou milhões de crianças, idosos e cidadãos civis inocentes.
O historiador Geoffrey Megargee, do Museu do Holocausto de Washington, afirma que de 1933 a 1945 o regime nazista implantou uma rede de trabalho escravo que funcionou em 42.500 locais na Alemanha e nos países ocupados. Foram 1.094 campos de concentração e 1.150 guetos, além de milhares de fábricas e outros centros de trabalho forçado, de tortura e de morte.
O mapeamento e o censo completo desses locais irão compor uma enciclopédia que deverá estar concluída nos próximos anos. “A existência de campos de concentração não era segredo e dada a dimensão dos números é quase impossível acreditar que os alemães não tinham conhecimento do sistema de matança de Hitler”, avalia o pesquisador. “Quando você tem dezenas de milhares de acampamentos e milhões de trabalhadores forçados, prisioneiros de guerra e prisioneiros de campos de concentração em todos os lugares, todos fazendo todo o tipo de trabalho que se possa imaginar, é muito difícil dizer que você não sabia de nada desse sistema”, completa.
Exibição na TV
Em 7 de maio de 1985, após 40 anos de um esquecimento premeditado e moralmente injustificável, o documentário em estado bruto é apresentado na TV americana. Pesquisadores do premiado programa de jornalismo investigativo Frontline – focado em temas políticos e internacionais – haviam encontrado em um cofre do IWM, em Londres, os cinco cilindros de filme e mais um rolo sem data, com imagens não editadas, um roteiro datilografado para narração e uma lista de termos que corresponderia às imagens editadas (um sexto carretel de filme que mostrava a libertação dos campos de Auschwitz e Majdanek teria sido levado para Moscou por cinegrafistas soviéticos).
O ator britânico Trevor Howard (1913-1988) é escalado para a narração das imagens que se mantém fiel ao roteiro original. Com o mesmo título registrado pelo museu, Memory of the Camps é exibido pelo canal aberto PBS (Public Broadcasting Service), dos Estados Unidos, uma emissora pública voltada para programas culturais e educativos.
Acerca do filme, um dos cinegrafistas responsáveis pelas imagens chocantes registradas no campo de Bergen-Belsen foi o sargento do exército britânico Mike Lewis, que não tinha ideia do que iria encontrar naquela tarde de 15 de abril de 1945 ao cruzar os portões do campo recém-libertado. Tinham dito que ele iria filmar um acampamento de prisioneiros, de criminosos. Anos depois, sua filha, Helen, conta a saga do pai: “Ele entrou pelos portões de arame farpado e deparou com um terreno baldio cheio de corpos de pessoas mortas, em sua maioria despidas, ao lado de outras morrendo de fome. Eram em torno de 10 mil pessoas que jaziam insepultas e outras 13 mil que morriam de desnutrição e doenças.”
Helen Lewis diz que seu pai permaneceu por 10 dias filmando no campo de Belsen, apesar da epidemia de tifo que assustava a todos. “Foi um trabalho de registro histórico que inclusive foi usado em um dos primeiros julgamentos de crimes de guerra.” De fato, cenas do documentário foram apresentadas como prova documental no julgamento de Josef Kramer, o chefe do campo de Bergen-Belsen, cuja imagem está presente no filme. Conhecido como “a besta de Belsen”, Kramer também foi responsável pelo controle das câmaras de gás de Auschwitz. Ele foi condenado por uma corte militar britânica e enforcado em 13 de dezembro de 1945.
Em Berlim
Um ano antes, em 1984, por ocasião do 34º Festival de Cinema de Berlim, as imagens de Memory of the Camps foram mostradas à parte da competição oficial. O documentário sem som foi precedido pela leitura do texto dos editores originais. Após os 60 minutos de filme houve um debate acompanhado pela rede americana de TV NBC (National Broadcasting Company). O tema abordava a possibilidade de exibição do documentário em toda a Alemanha Ocidental (o muro de Berlim que separava as duas Alemanhas – a Oriental sob o governo soviético e a Ocidental, alinhada com os Estados Unidos – só foi derrubado em novembro de 1989). Porém, o assunto não foi adiante em termos práticos e os debatedores e a plateia se mostraram evasivos.
O crítico de cinema Harlan Kennedy, que escrevia para a revista americana Film Comment e estava presente ao encontro, comentou que o único traço de realidade sobre o que acontecia no país na época em relação ao Holocausto veio através da observação de um estudante. “Ele disse que nunca se falava sobre essas atrocidades na escola. E que havia participado de uma visita com seus colegas a Bergen-Belsen, mas a história e o horror do lugar foram apresentados de forma bem abreviada. Disse ainda que nunca tinha visto nada parecido com as imagens do filme, o que fez o mediador local pular da cadeira e justificar que não havia esse tipo de material disponível na Alemanha.”
Imagens digitalizadas
Em 2015, três décadas após essas apresentações que tiveram divulgação restrita, o governo britânico resolve marcar os 70 anos da libertação dos campos nazistas e o fim da II Grande Guerra (1939-1945) com o documentário recuperado sob o título original: German Concentrations Camps Factual Survey (Inspeção local dos campos de concentração alemães, em tradução livre). Pesquisadores do IWM, onde o filme esteve abandonado por mais de 60 anos, se empenharam no processo de digitalização das imagens e de outros acabamentos, como a inclusão de som e áudio e a reabilitação do rolo dado como perdido.
Contudo, permanece a estranheza sobre a decisão das forças aliadas de desistirem de concluir o documentário, em 1945, e deixá-lo enterrado por tanto tempo, longe do olhar e da consciência do mundo. A filha de Sidney Bernstein, o idealizador do filme, revelou em entrevista ao jornal israelense Haaretz, que não tinha conhecimento da existência do material até 1984, quando as imagens foram liberadas em estado bruto. Cineasta e autora de dezenas de curtas-metragens, Jane Wells confessou que foi uma surpresa completa saber que o pai esteve em Bergen-Belsen. Realmente, Bernstein, impressionado com o pavoroso relato do correspondente britânico da rádio BBC Richard Dimbleby, sobre o campo de Belsen, foi ao local e decidiu retratar os crimes dos nazistas de tal maneira que seria impossível alguém negar que aquilo existiu.
Em 1984, aos 85 anos, Bernstein lamentou que o documentário não se concluísse. “Minhas instruções eram para filmar tudo, o que provaria que realmente aquilo aconteceu. Eu queria provar que tinha visto porque a maioria das pessoas iria negar.” Sobre a presença de Hitchcock no filme, acredita-se que foi importante para delinear o roteiro, enfatizando quão perto estavam os campos de concentração das aldeias e cidades, onde civis alemães viveram durante a guerra. O cineasta queria planos longos, sem cortes, para que o documentário transmitisse credibilidade e assim se tornar irrefutável a possíveis controvérsias quanto ao extermínio sistemático de milhões de pessoas naquelas fábricas de mortes.
Memory é tema de filme
Ressuscitado da censura e do ostracismo, o documentário de 1945 agora está sendo apresentado em museus e centros de cultura a uma geração que na maioria das vezes dá de ombros para o que aconteceu porque não houve um processo sistemático de conscientização coletiva sobre o tema que ficou restrito às teias literárias, memoriais e artísticas. Mas, ainda assim suas imagens surpreendem pelo extremo nível de desumanidade e a brutalidade que registram.
Ciente e sensibilizado pelo trabalho de restauração do documentário, o antropólogo e documentarista inglês Andre Singer partiu para a realização de um filme tendo como base oMemory of the Camps. Autor de documentários premiados de TV e ex-diretor do Discovery Channel na Europa, Singer revive a história de alguns sobreviventes, apresentando imagens do filme original, depoimentos de soldados e cinegrafistas que estiveram nos campos, e a visão de Bernstein e Hitchcock. Apresentado no Festival de Berlim em 2014, o filme Night Will Fall (em alusão à citação do roteiro original: “A menos que o mundo aprenda a lição que essas imagens ensinam, a noite vai cair”) foi exibido na TV, no início de 2015, em mais de 15 países, durante a semana de celebração do Dia Internacional do Holocausto (27 de janeiro).
Foto Wikimedia / Licença Creative Commons
Heinrich A. Winkler – Foto Wikimedia / Licença Creative Commons
Na Alemanha, onde o filme teve estreia mundial, o historiador Heinrich August Winkler admitiu que “o Holocausto é o fato central da história alemã do século 20”. Também afirmou que a população da Alemanha levou muitas décadas para reconhecer o Holocausto e que não se pode colocar um ponto final diante desses acontecimentos. Professor emérito da Universidade Humboldt, de Berlim, ele discursou no parlamento alemão na cerimônia dos 70 anos do fim da Segunda Grande Guerra, em sessão especial realizada em 8 de maio de 2015. Falando para uma plateia de autoridades, o historiador lembrou que a ascensão política de Hitler foi o triunfo do mito sobre a razão e advertiu que a xenofobia e o antissemitismo atuais presentes na vida das sociedades alimentam e nutrem esses mitos, que na verdade nunca desapareceram. Continuam à espreita, esperando a sua hora para agir.
***
Sheila Sacks é jornalista

Mais do hobby dos machos em exibição de crueldade e de loucura... / Blog do Ricardo Noblat e Observatório da Imprensa // veja na foto soldados alemães com revólver à procura de alguém com sinais de vida...


Campo de Bergen-Belsen. Imagem do documentário Memory of the Camps (Foto: Wikimedia / Creative Commons)Campo de Bergen-Belsen. Imagem do documentário Memory of the Camps (Foto: Wikimedia / Creative Commons)
GERAL

Digitalização dissemina imagens que o mundo não viu

Foram 1.094 campos de concentração e 1.150 guetos, além de milhares de fábricas e outros centros de trabalho forçado, de tortura e de morte

Sheila Sacks, Observatório da Imprensa
Para o jornalista Elio Gaspari, o mundo só começou a encarar o Holocausto a partir dos anos 1960, com o julgamento público de Adolf Eichmann em Israel. De fato, a captura do oficial nazista em Buenos Aires por um comando israelense, seu transporte clandestino para Tel Aviv e as audiências na Suprema Corte em Jerusalém renderam milhares de reportagens, centenas de livros e ensaios, questionamentos políticos, filmes e documentários.
Entretanto, essa revelação histórica – a do mais brutal massacre institucional de cidadãos promovido por um governo em solo europeu – poderia ter sido antecipada e exibida ao mundo 15 anos antes, ainda em 1945, caso as autoridades britânicas e americanas não tivessem arquivado em uma repartição pública militar os cinco cilindros de filme que registraram em tempo real o horror dos campos de concentração alemães.
Uma decisão jamais discutida, em qualquer tempo, pelos meios de comunicação, pesquisadores, intelectuais e organizações sociais a quem caberia, ao menos, uma palavra de indignação diante do ocorrido.

“Hoje, a Câmara fede. Daqui a pouco, vai apodrecer.”, Jarbas Vasconcelos


Localizando o mau cheiro

Jarbas Vasconcelos não entende como pode oposição confiar em Cunha, que mente sobre contas na Suíça, já confirmadas pela Procuradoria
Mau cheiro (Foto: Arquivo Google)
Tantas concessões, tanta entrega, tanto toma lá dá cá, tanta nomeação infeliz, terá valido a pena para a presidente a tal reforma ministerial? Parece que o próprio Planalto estaria reconhecendo que não, diante de uma semana de dificuldades e derrotas.
O TCU recomendou a rejeição das contas de 2014 do governo, o TSE reabriu investigação sobre a campanha de Dilma e Temer, e o governo não conseguiu quorum no Congresso para os vetos presidenciais.
Assim, a crise prossegue num estilo de telenovela, com a diretora-protagonista se complicando a cada capítulo e, sem saber o que fazer, dando razão à grosseria de Delfim Netto, que disse ser ela “simplesmente uma trapalhona”, como se ele não tivesse feito também suas trapalhadas quando ministro dos militares.
Mas, enfim, este é o país da amnésia crônica. Voltando ao espetáculo, anteontem, ela reuniu todo o elenco para cobrar fidelidade dos aliados no Congresso e para denunciar que está em curso no país um “golpe democrático à paraguaia”.
O personagem mais intrigante desse folhetim é aquele que seu correligionário do PMDB Jarbas Vasconcelos chama de “doente, psicopata, um cínico”: é o presidente da Câmara, Eduardo Cunha.
Em entrevista a Josias de Souza, o deputado pernambucano se diz “estarrecido” com a aliança firmada pela oposição com Cunha para facilitar o processo de impeachment. Ele não entende “como confiar numa pessoa que mente sobre contas bancárias na Suíça, já confirmadas pela Procuradoria”.
De fato, documentos do Ministério Público suíço não deixam dúvidas: as quatro contas do banco Julius Baer têm o nome e o endereço de Cunha na Barra da Tijuca, sendo que duas foram fechadas um mês depois do início da Lava-Jato. Nas duas que continuaram ativas, as autoridades bloquearam US$ 2,5 milhões.
Enquanto isso, Eduardo Cunha continua negando ter dinheiro depositado no exterior ou se recusando a falar sobre o assunto, sem explicar as coincidências que envolvem seu nome. Ao contrário do PSDB, cujo líder Carlos Sampaio alegou o “benefício da dúvida” para não agir contra Cunha, o PSOL não teve dúvida em anunciar que pedirá ao Conselho de Ética abertura de processo de cassação do presidente da Câmara.
Mas Jarbas Vasconcelos acredita que Cunha só correrá riscos se a reação contra ele adquirir consistência e força. “Ou essa coisa se avoluma, ganhando a forma de um movimento sério e contundente, ou o problema vai se arrastar”. E, para descrever a situação moral da Casa presidida por Cunha, ele não usa eufemismos: “Hoje, a Câmara fede. Daqui a pouco, vai apodrecer.”

Coreia do Norte se aproxima do capitalismo ou o contrário... // BBC


Como o capitalismo começa a surgir na Coreia do Norte, o país mais fechado do mundo

  • Há 4 horas
O que mais impressiona quando se se dirige rumo á capital da Coreia do Norte, Pyongyang, é a escuridão.
Uma famosa fotografia do país feita por satélite mostra a República Democrática Popular da Coreia como uma mancha negra em contraste com o festival de luzes de neon que é o país vizinho, a Coreia do Sul.
Nas ruas, quando a noite cai, é comum passar por uma série de blocos de apartamentos em que apenas uma luz fraca escapa de pouquíssimas janelas.
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Image captionCapital do país vem se desenvolvendo, com novos edifícios e rotas de comércio
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Image captionFoto de satélite mostra Coreia do Norte quase às escuras ao lado da iluminada vizinha Coreia do Sul
Durante o dia, é possível ver pequenos painéis solares em varandas, um indício de como algumas pessoas contornam os serviços estatais e assumem o controle da situação com as próprias mãos.Essa presença da iniciativa privada no país tem muitas outras facetas. Depois da fome dos anos 1990, a economia começou a mudar.
A população faminta encontrou formas de cultivar seus próprios alimentos e vendê-los. Os mercados privados ajudaram a aliviar uma situação de vida ou morte. Eles existem ainda hoje e são tacitamente permitidos pelas autoridades.

Capitalismo

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Image captionJornalistas fizeram um tour pela cidade acompanhados por funcionários do governo
Um tipo de capitalismo começa a aparecer na Coreia do Norte. Isso quer dizer que algumas pessoas têm dinheiro em mãos para adquirir todo o tipo de bens que entram no país por meio da fronteira ao norte com a China.
Enquanto vem surgindo esta nova forma de fazer negócios, é importante dizer que a Coreia do Norte continua a ser muito mais pobre que outros países, especialmente em relação à Coreia do Sul.
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Image captionUma nova forma de fazer negócios vem surgindo na Coreia do Norte
Nem em Pyongyang há fortunas que podem ser comparadas com as de habitantes da capital do país vizinho, Seul.
Mas os sinais de mudança são claros. Uma outra imagem clássica da capital do país - suas ruas largas e vazias, sem qualquer trânsito além daquele de carroças - deu lugar atualmente para cenas de engarrafamentos de carros chineses, além de veículos de outras marcas, como BMW e Volkswagen.

Controle político

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Image captionRuas antes completamente vazias hoje já tem carros chineses e alemães e até engarrafamentos
O que não mudou foi o nível de controle político. Neste sábado, um grande desfile, com milhares de soldados e exibição de armas e aeronaves, celebrou o 70º aniversário do Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte, que governa o país.
O líder supremo do país, Kim Jong-un estava presente e disse que seu país pode se defender de qualquer guerra iniciada pelos Estados Unidos, em um raro pronunciamento em público.
Tudo foi transmitido pela televisão estatal, que adicionou comentários emocionados enquanto as imagens eram divulgadas.
Depois da passagem dos militares e do armamento pesado, como tanques e mísseis, logo em frente ao palanque onde estava Kim Jong-un, o desfile continuou.
Dezenas de milhares de civis, incluindo estudantes e crianças, dançaram e acenaram para o líder supremo.
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Image captionNovo aeroporto da capital do país expõe dilema pelo qual passa o regime
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Image captionVisitantes são bem-vindos, desde que não tragam consigo 'ideias perigosas'
Cada jornalista que tenta acompanhar eventos como este ou apenas fazer uma reportagem no país é acompanhado por uma escolta de funcionários do governo, e estes funcionários supervisionam o trabalho dos repórteres com rigor, impedindo qualquer contato com pessoas comuns e também impedindo que os cinegrafistas filmem cenas não autorizadas.
Os visitantes que chegam ao novo e impressionante aeroporto da capital têm seus livros sobre a Coreia do Norte confiscados.
O aeroporto ilustra o dilema pelo qual passa o regime: foi construído para facilitar a chegada de milhões de pessoas que deixam dólares e euros no país, mas as autoridades continuam a desconfiar muito dos forasteiros.
Querem que eles venham e tragam seu dinheiro, mas não suas ideias pertubadoras para que conceitos, como democracia e crenças religiosas como o cristianismo, não "corrompam" seus cidadãos.