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terça-feira, 12 de março de 2013

SIP, Sociedade Interamericana de Imprensa conclui relatório da reunião de Meio de Ano no México


‘Governos reinventam perseguição’, diz SIP

Encontro da Sociedade Interamericana de Imprensa foi concluído com documento aprovado pelos representantes empresariais de 21 países

11 de março de 2013 | 23h 40 

jornal+virtual+amassado.jpg (500×332)Gabriel Manzano - enviado especial de O Estado de S. Paulo
PUEBLA, México - A Sociedade Interamericana de Imprensa encerrou nesta segunda-feira, 11, sua Reunião de Meio de Ano em Puebla, no México, dizendo que a liberdade de imprensa "continua sendo minada por governos autoritários e intolerantes que aumentam e reinventam as formas de perseguição ao jornalismo".
O documento final, aprovado pelos representantes empresariais dos 21 países presentes, entre eles o Brasil, denuncia também "uma violência que parece não ter limites" praticada contra jornalistas no continente. Para a sessão de encerramento, o presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, se dispôs a mandar um representante, seu secretário de Educação, Emilio Chuayffet. Na semana passada, o presidente havia mandado dizer que não iria ao encontro de imprensa. A próxima reunião da entidade está marcada para outubro em Denver, nos EUA.
Na despedida, o presidente da SIP, Jaime Mantilla, comemorou o aniversário da Declaração de Chapultepec (aprovada em 11 de marco e 1994) e destacou que, pela primeira vez em 50 anos, o relatório sobre Cuba foi feito por alguém vindo da própria ilha - no caso, a blogueira Yoani Sánchez, que ocupa uma das vice-presidências da entidade. Por sua vez, o representante do presidente mexicano abordou as ameaças diárias contra jornalistas do país, de parte das quadrilhas de narcotraficantes. "Agredir um jornalista é agredir toda a sociedade", disse Chuayffet.
Áreas de perigo. O balanço semestral menciona oito nações onde a imprensa se expõe a maiores perigos: Argentina, Equador, Venezuela, Bolívia, Cuba, Honduras, Nicarágua e Panamá. Alguns desses governos "não só proclamam como põem em prática as mais elementares normas de uma democracia republicana". E para defender seus projetos, eles criam "imensos aparatos de propaganda estatais e privados".
O texto adverte em seguida para a nova arma de "presidentes autoritários": a publicidade. A SIP diz que está em marcha "um novo e impressionante ataque" contra a estabilidade dos jornais. Ele consiste nas pressões para que as empresas privadas retirem seus anúncios dos meios independentes. O fenômeno já havia aparecido no passado recente no Peru e ressurge agora na Argentina, onde, segundo a entidade, grandes anunciantes suspenderam seus anúncios por medo de represálias tributárias.
Diante disso, afirma o documento produzido no encontro, "o jornalismo crítico corre o risco de não sobreviver". A SIP pede às empresas que tenham "um comportamento digno e de acordo com os valores da democracia e da liberdade de expressão".
Nos relatórios por país, que em Puebla provocaram longos debates, o Brasil menciona duas mortes nos últimos seis meses e destaca como desafios a censura judicial, a impunidade e a lentidão da Justiça. O da Argentina ressalta que "o pior golpe dos últimos tempos foi o boicote publicitário". O da Venezuela denuncia "a ocultação e manipulação das informações sobre a saúde do presidente (Hugo Chávez)", que causaram "um estado geral de incerteza no país". E o do Equador enumera estratégias adotadas pelo presidente Rafael Correa no "cerco" do qual os empresários dizer ser vítimas. O texto cita que Correa considera "incongruente que empresas privadas garantam o direito público de acesso à informação". 

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