Rio -  O ato contra a divisão dos royalties do petróleo começou por volta das 16h30 desta segunda-feira com a chegada do governador Sérgio Cabral, acompanhado de uma comitiva, no Centro do Rio. De acordo com a Polícia Militar, a passeata reuniu cerca de 200 mil pessoas. A presidenta Dilma Rousseff deve decidir a questão nesta semana.
O governador Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes comandaram o ato | Foto: Fernando Souza / Agência O Dia
O governador Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes comandaram o ato | Foto: Fernando Souza / Agência O Dia
Para o ato, a PM reforçou o policiamento nas ruas do Centro, com 340 policiais atuando nos acessos a Avenida Rio Branco, Central do Brasil, Praça XV e Largo da Carioca.
O esquema especial teve o apoio de equipes do Batalhão de Polícia de Choque (BPChq), Grupamento Aeromarítimo (GAM), Polícia Montada (RPMont), Batalhão de Vias Especiais (BPVE), Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv), Grupamento de Polícia Ferroviária (GPFer), além dos Comandos de Policiamento de Área (CPAs) da Capital e Região Metropolitana.
Junto com Cabral estavam o prefeito Eduardo Paes, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, o vice-governador Luiz Fernando Pezão, os senadores Francisco Dornelles (PP-RJ) e Lindberg Farias (PT-RJ), os deputados estaduais Jorge Picciani (PMDB) e Paulo Mello (PMDB), entre outros políticos e autoridades. A comitiva que acompanha o governador chegou em um ônibus. Além dos políticos, as atrizes Fernanda Montenegro e Maria Paula estavam com o governador.

Protesto em defesa dos royalties

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#VetaDilma: Manifestação contra divisão dos royalties do petróleo reúne artistas, estudantes, trabalhadores e políticos no Centro do Rio
As escolas de samba também estão presentes na manifestação. Convidadas pela Liga Independentes das Escolas de Samba (Liesa), 10 delas estão presentes: Vila Isabel, Grande Rio, Salgueiro, Mocidade, Unidos da Tijuca, Império Serrano, Inocentes de Belford Roxo, Imperatriz, União do Parque de Curicica e São Clemente. As agremiações levaram integrantes como mestre-sala e porta-bandeira e bateria.
Concentração 
Caravanas de diferentes municípios começaram a se concentrar desde o início da tarde desta segunda-feira no Centro do Rio para o ato. A maioria dos prefeitos e deputados está confiante que a presidenta Dilma Rousseff irá vetar o projeto que divide o dinheiro gerado pela produção à todos os estados. 


Protesto no Centro do Rio contra a divisão dos royalties do petróleo | Foto: Alessandro Costa / Agência O Dia
Protesto no Centro do Rio contra a divisão dos royalties do petróleo | Foto: Alessandro Costa / Agência O Dia
A deputada Jandira Feghali (PC do B-RJ) disse que o projeto aprovado no Senado contrariou a vontade da presidenta, que desejava o relatório do Deputado Carlos Zarattini (PT-SP), que preservava os campos já licitados e destinava os recursos do pré-sal para a educação.
"O texto do Senado é considerado inconstitucional e dá a possibilidade do veto parcial da presidenta", disse Jandira. "Ela tem a coragem para tomar a decisão mais adequada, preservando os contratos jurídicos perfeitos e sancionar o que é para frente".
O prefeito de Queimados, Max Lemos, também presente no ato, disse que o município recebe R$ 15 milhões por ano de royalties, que são utilizados na limpeza urbana e na recuperação do Fundo de Previdência. Segundo ele, o município será afetado caso deixe que receber os recursos dos royalties.
Mas segundo prefeito, a maior perda é indireta. "O estado perderá sua capacidade de investimento, já que no município o estado está realizando obras de saneamento, canalização de rios e asfaltamento de rua na ordem de R$ 100 milhões".
Decisão na Justiça
Outra caravana foi a de Macáé. De acordo com o prefeito Riverton Mussi, ele chegou com 35 ônibus. "O veto é nossa principal expectativa com o ato de hoje, mas não estou plenamente confiante que a presidenta Dilma fará isso. Acredito eu a decisão vá para o STF".
Jovens da cidade de Macaé no protesto | Foto: Carlos Moraes / Agência O Dia
Jovens da cidade de Macaé no protesto | Foto: Carlos Moraes / Agência O Dia
O deputado federal Cesar Colnago (PSDB-ES) afirmou que o estado capixaba é muito prejudicado por possuir a segunda reserva de petróleo, e que o projeto não pode mexer em contratos e compromissos já firmados.
"E além disso, os royalties são uma compensação ambiental e social. temos a certeza que a Dilma irá acertar, pois durante o segundo turno da eleição dela em 2010, num discurso em frente ao Palácio Anchieta em Vitória, ela se comprometeu que não prejudicaria sobre o estado produtor".
Cariocas de todas as idades participaram da manifestação | Foto: Alessandro Costa / Agência O Dia
Cariocas de todas as idades participaram da manifestação | Foto: Alessandro Costa / Agência O Dia
O deputado estadual Luiz Paulo (PSDB-RJ), o evento é um movimento suprapartidário. "Para o Rio e o Espírito Santo, a perda dos royalties é uma tragédia. Acredito que a Dilma irá vetar, pois ela é a guardiã da Constituição e o projeto aprovado na Câmara é flagrantemente inconstitucional".
Educação pesou
O deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) disse se conhecedor da Câmara dos Deputados disse que o grande problema na votação ocorrida da Casa no início do mês foi a questão de incluir a proposta de destinar os recursos dos royalties para a educação como pretendia a presidenta Dilma.
"Nesse momento todos os demais estados ficaram contra ao relatório e decidiram aprovar o projeto do senador Vital do Rego (PMDB-PR), que acabou dividindo os recursos para todos os entes Federativos, pulverizando os recursos dos estados produtores. Socializaram a pobreza", disse, alegando que o valor de distribuição seria pouco.
O prefeito de Resende, José Rechuan, disse que caso haja o corte dos royalties imediatamente terá um prejuízo administrativo imediato. Segundo ele, o município terá que remanejar o orçamento para atender as obras de infraestrutura da região, que vem recebendo fortes investimentos que indústrias como a Nissan. "Até 2020, a Nissan terá 20 trabalhadores, o que fará que o município tenha de 50 mil a 80 mil pessoas".