terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Foto complica a vida de fotógrafo e de fotografada nua ...


Enviado por Daniela Kresch - 
15.2.2012
 | 
11h11m

Foto causa furor no Facebook

A foto de uma mulher etíope sem roupa, tirada por um famoso fotógrafo israelense, está causando furor na internet. A foto, de 2006, mostra uma mulher da comunidade judaica etíope, os Falashmura, se banhando numa mikve, uma espécie de banheira ritual, num campo de refugiados da Etiópia (segundo a religião judaica, toda mulher precisa se banhar numa mikve uma vez por mês). Só agora, seis anos depois, o fotógrafo, Ziv Koren, um conhecido documentarista israelense, resolveu postá-la em sua conta de Facebook.

Incomodados, membros da comunidade etíope em Israel reagiram imediatamente, acusando Koren de tirar vantagem da moça, que, desde então, imigrou para Israel com sua família. Segundo os críticos, o fotógrafo não pediu consentimento à personagem. A questão de torna ainda mais complexa pelo fato de que os indices de violência doméstica entre os Falashmura em Israel é altíssimo. Há pouca tolerância quanto a esse tipo de imagem, mesmo que de cunho artístico. 

Ziv Koren garante que obteve permissão da Agência Judaica – que, segundo ele, controlava o campo de refugiados, em 2006 – para entrar na mikve e tirar fotos das devotas como parte de um projeto de documentário sobre os judeus etíopes. Ele ainda afirma que essa e outras fotos já foram expostas em exibições em diversos países, financiadas pela própria agência. Mas porta-vozes da Agência Judaica negam que controlavam o campo de refugiados, na época, e criticam o fotógrafo por “invasão de privacidade”. 

Em resposta ao escândalo, Koren retirou a foto do Facebook. Ele afirma ter recebido ameaças de morte por causa da imagem. “Todas as reações furiosas não me amedrontam”, disse ele ao jornal Haaretz. “Tirei a foto do ar porque entendi que poderia causar danos à mulher”. 

Milhares de Falashmura imigraram para o país nas últimas décadas depois que o rabinato local os reconheceu como “judeus verdadeiro”, membros de comunidades que perderam contato com o resto do mundo judaico por séculos.

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